Um projeto de lei que está em estudo no Senado estadual da Califórnia, nos Estados Unidos, prevê uma alternativa mais ecológica para funerais: um processo conhecido como “redução orgânica natural”, que também pode ser entendido como compostagem humana. Segundo especialistas, essa solução tem uma menor pegada de carbono do que os processos funerários tradicionais, como os enterros.

A redução orgânica natural consiste em cercar um cadáver humano com aparas de madeira, alfafa e palha e colocá-lo em uma câmara de metal bastante arejada. Depois de mais ou menos um mês, o cadáver, incluindo os ossos, terá se decomposto e transformado em aproximadamente um metro cúbico de um material rico em nutrientes, que será misturado ao solo e funcionará como adubo.

Esta é a segunda vez que um projeto de lei deste tipo é proposto na Califórnia. Desta vez, a proponente foi a deputada Cristina Garcia, que deseja que o estado seja o quarto a legalizar o processo de compostagem humana elaborado pela empresa Recompose. A companhia foi fundada em 2014 pela ativista de cuidados com a morte Katrina Spade, fundadora da ONG Urban Death Project.

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A ideia de ter o corpo totalmente decomposto após a morte pode parecer desconfortável, mas é algo que tende a se tornar cada vez mais comum tanto por conta das mudanças climáticas, quanto pela falta de espaços que sejam grandes o suficiente para comportar a estrutura necessária para construir um cemitério. Além disso, o corpo acaba virando adubo, o que é bom para a natureza.

Um fim digno

Árvores recém-plantadas
Material resultante da compostagem humana pode ser usado como adubo. Crédito: Angela Peres/Secom

Hoje, no estado da Califórnia, as únicas destinações possíveis para um corpo são os tradicionais sepultamento, ou enterro, e a cremação fogo. Ou seja, não existe uma opção, digamos, neutra em carbono, para quem deseja dar uma destinação mais ecológica para seus restos mortais, um problema que a compostagem humana pode ajudar a resolver.

Segundo a porta-voz da Recompose, Anna Swenson, a compostagem humana permite um retorno literal à terra, algo que é um desejo para pessoas que têm fortes ligações com a natureza, como os veganos, por exemplo. Segundo ela, algumas pessoas gostam da ideia de estar na floresta depois que morrem, e que isso é algo que ela mesma escolheu para o seu pós-morte.

Via: Futurism

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