Os afegãos temem que o movimento Talibã possa adotar novas medidas restritivas contra o uso de smartphones e a internet, impossibilitando a mineração de criptomoedas no país. Vale lembrar que o Facebook decidiu banir as postagens e o acesso do grupo nas suas plataformas.
Em meio ao cenário de incertezas, muitos mineradores e investidores decidiram fugir do Afeganistão. Um deles foi Muhammad Ali, que, segundo a Reuters, planejava iniciar um negócio usando bitcoins. Ele foi preso na Turquia por cruzar a fronteira do país ilegalmente.
Ali reforçou que, com as restrições que o grupo provavelmente deve impor à população, usar celulares com câmeras e acessar a internet pode ser considerado ilegal em breve.
Ao notar que o Talibã assumiu o controle de grandes áreas, o minerador de moedas digitais viajou 2 mil km até cruzar a fronteira turca pelo Irã. No entanto, ele relatou que seu grupo havia sido preso logo após entrar no país.
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Vale destacar que milhares de pessoas estão tentando fugir do Afeganistão após a decisão da retirada total dos militares dos EUA. Uma parcela da população aguarda para voar para fora da capital Cabul, enquanto outros escapam por terra.
A situação no país é cada vez mais instável à medida que circulam relatos de violações dos direitos humanos na internet. Por fim, segundo o presidente Joe Biden, os militares dos EUA devem se retirar do país já nesta terça-feira (31), prazo final para tentar chegar a um possível acordo com o Talibã.
População afegã apaga redes sociais com medo de perseguição do Talibã
Os afegãos acreditam que o grupo extremista pode utilizar as informações obtidas na internet para punir e perseguir aqueles que descumpram os regulamentos impostos. Além apagar os seus dados, muitas pessoas querem simplesmente esconder os registros na web.
A filtragem em postagens nas redes sociais partiu da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que enviou para diversos parceiros um e-mail solicitando que fotos e informações pessoais expostas sejam excluídas, já que poderiam tornar os indivíduos vulneráveis.
A organização de direitos humanos Human Rights First, chegou a elaborar um manual que auxilia nesse processo.
Créditos da imagem principal: Primakov/Shutterstock
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