Missão Tianwen-1, que levou a China a Marte, ficará offline por quase dois meses

Governo chinês disse que alinhamento entre Marte, Terra e o Sol trará radiação eletromagnética excessiva, que deve atrapalhar as comunicações
Rafael Arbulu08/09/2021 11h41
rover-Zhurong
Acima, uma arte do rover chinês (Foto: CNSA)
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A China anunciou que a missão Tianwen-1, responsável por colocar o país em Marte, deve ficar offline pelos próximos dois meses, graças a um alinhamento entre o planeta vermelho, a Terra e o Sol. Segundo comunicado do governo veiculado no jornal estatal People Daily, esse alinhamento traz grande volume de radiação eletromagnética, o que deve atrapalhar as comunicações dos sistemas chineses.

Atualmente, a missão Tianwen-1 é composta de dois objetos humanos em Marte: um orbitador que coleta informações da atmosfera de Marte, e o veículo de exploração terrestre (rover) Zhurong. O primeiro está orbitando o planeta vermelho desde fevereiro, enquanto o rover trafega pela superfície marciana desde maio.

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O rover Zhurong, parte da missão Tianwen-1, da China, que ficará offline até novembro deste ano
O rover Zhurong, parte da missão Tianwen-1, da China, vem explorando a região sul de Marte desde maio deste ano. Imagem: CNSA/Divulgação

Segundo atualizações do governo chinês, o rover Zhurong completou, nesta semana, o primeiro quilômetro de trânsito em Marte – 1064 metros, para ser mais específico. Neste trajeto, ele já coletou cerca de 10 gigabytes (GB) de dados relacionados à região de Utopia Planitia, na região sul do planeta vermelho. Vale lembrar que ele já superou a expectativa de vida de três meses, cumprindo todos os objetivos majoritários de sua missão.

Tanto ele como o orbitador entrarão em um modo de suspensão comandada, onde o controle remoto de ambos aqui na Terra trabalhará apenas para manter suas funções essenciais em pleno funcionamento. Apenas em novembro é que os dois devem voltar à ativa.

Quando isso acontecer, o Zhurong retomará seu caminho até chegar ao objetivo da missão: uma região litorânea de Utopia Planitia, onde vai coletar dados de uma cratera originada do impacto de um corpo celeste na superfície de Marte. Já o orbitador vai se reposicionar em um novo ponto de órbita, conduzindo análises planetárias variadas e servindo como vetor de comunicação entre o rover e seus controladores na Terra.

Anúncios similares não foram encontrados em outras agências espaciais, então não se sabe se o alinhamento entre Marte, Terra e Sol trará algum impacto em outros projetos: além do Zhurong, pela China, a Nasa também tem dois rovers – Curiosity e Perseverance -, bem como o helicóptero remoto Ingenuity, no planeta vermelho.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.