Folha, inseto, barro, ataque aéreo de passarinho. Seja o que for o problema, um sensor detecta a sujeira e no vidro e um laser pulsado vaporiza. A Tesla acaba de ganhar o registro para um limpador de para-brisa a laser.

A ideia foi revelada há dois anos. Mas, conforme descobriu Fred Lambert, da Electrek, foi apenas no começo desta semana que a patente finalmente foi oficializada. Agora oficialmente a Tesla é a proprietária do limpador de para-brisa a laser, e ninguém mais.

Do que se trata

Na verdade, é um limpador não só de para-brisas, mas também de quaisquer janelas, como é possível ver na ilustração da patente:

O laser instalado sob a capota dispara contra o vidro, em ângulo, destruindo qualquer obstáculo no caminho.

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A Tesla descreve assim o processo, na linguagem altamente redundante de uma patente:

Um sistema de limpeza para um veículo que inclui conjunto de feixe óptico que emite um raio laser para irradiar uma região numa peça de vidro do veículo, circuito de detecção de sujeira, que detecta sujeira acumulada na área, e circuito de controle. O circuito de controle calibra um conjunto de parâmetros associados com o raio laser emitido do conjunto de feixe óptico, baseados na detecção de sujeira acumulada sobre a região da peça de vidro, controla o nível de exposição do raio laser na sujeira acumulada, baseada na calibragem do conjunto de parâmetros associados com o raio laser, enquanto o nível de exposição é controlado baseado nos pulsos do raio laser numa frequência calibrada, que limita a penetração numa profundidade que é menor que a espessura da peça de vidro, e remova a sujeira acumulada sobre a região da peça de vidro, usando o raio laser.

Há várias razões para a Tesla ter escolhido um laser um pulsado. É um tipo de laser no qual o raio não funciona ligado direto, mas de forma intermitente, desligando e ligando a até milhares de vezes por segundo.

É um tipo de ablação a laser – transformar coisas indesejadas em vapor energizado (plasma). Quando se fala nessa técnica, o pulso traz várias vantagens: evita esquentar o material em volta do alvo, e também evita aquecer o próprio ar no caminho, o que causaria distorção e difusão do raio.

Além disso, é possível controlar a potência diminuindo ou aumentando o intervalo dos pulsos, no lugar de controlar a potência do laser em si, o que é menos preciso.

A Tesla está falando sério com laser no para-brisa?

O Cybertruck da Tesla não tem nenhum limpador de para-brisa visível. Mas, ainda assim, pode ser mais uma jogada de marketing que qualquer coisa: lasers tem sérios problemas de cruzar o ar diante de obstruções como vapor, poeira ou… chuva. Isso faria com que um limpador de parabrisas a laser fosse mais eficiente, paradoxalmente, num dia de sol. Ou para usar na garagem, de noite.

Não substituindo o limpador físico comum, enfim. Mas talvez seja mesmo o plano: conforme notou Fred Lambert, outra patente recente da Tesla é de um limpador magnético, no qual a haste é movida de lado a lado no para-brisa. O laser (se vem mesmo) poderia ser um complemento a isso. O magnético é para a água. O laser é para os pombos e pardais.

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