Um estudo publicado na revista Scientific Reports desta semana revela que um primata pré-histórico chamado Microsyops latidens não resistia a um bom docinho.  De acordo com a pesquisa, fósseis dentais da espécie, que datam do Eoceno Inferior (cerca de 54 milhões de anos atrás) exibem as primeiras evidências conhecidas de cárie dentária em mamíferos.

De 1.030 fósseis dentais individuais (dentes e cortes da mandíbula) descobertos na Bacia de Southern Bighorn, nos EUA, 77 (ou seja, 7,48%) apresentaram cárie dentária, o que indica uma dieta muito provavelmente rica em frutas ou outros alimentos com alto teor de açúcar

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Parte da mandíbula superior de Microsyops latidens com duas cáries (cavidades). Imagem: Keegan Selig

Keegan Selig e Mary Silcox, autores do estudo, compararam a posição dos fósseis em estratos de sedimentos da Bacia do Sul de Bighorn para determinar sua idade, uma vez que fósseis podem ser datados com base na idade geológica do sedimento em que foram encontrados. 

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Microsyops latidens tinham mais cáries do que a maioria dos primatas vivos atualmente

Segundo os pesquisadores, os espécimes mais antigos e mais recentes tinham menos cáries em comparação com o resto da amostra, o que pode indicar que a dieta dos primatas oscilava entre os alimentos com maior e menor quantidade de açúcar. 

A pesquisa aponta também que climas flutuantes durante o início do Eoceno podem ter impactado o crescimento da vegetação e a disponibilidade de alimentos.

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Outra revelação do estudo é que havia uma maior prevalência de cárie nos fósseis de Microsyops latidens em comparação com as frequências relatadas em estudos de primatas vivos hoje. Apenas os gêneros Cebus (como os pregos) e Saguinus (como os micos) apresentaram maior prevalência de cárie do que Microsyops latidens.

Com informações do Phys.

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