A União Europeia apresentou nesta quarta-feira (15) o seu plano de digitalização para se tornar um novo centro tecnológico no segmento de manufatura de chips. A meta do bloco é reduzir a dependência de componentes eletrônicos fabricados em outros países.
Até 2030, a ideia é que cada país membro coopere para o desenvolvimento da atividade no continente europeu. Para a iniciativa sair do papel, a Comissão Europeia propôs investimentos em diversas áreas: infraestrutura de dados, processadores de baixo consumo energético, 5G, comunicação quântica, blockchain, dentre outras.
Para conseguir implementar o plano intitulado como “Década Digital”, a União Europeia também vai criar um consórcio de infraestrutura digital para facilitar as ações em diversos países.
Soberania tecnológica

Thierry Breton, comissário europeu para o mercado interno, disse que o plano reforça a busca pela soberania tecnológica da União Europeia: “Temos de garantir que a Europa não esteja em posição de grande dependência nos próximos anos”.
“Acredito em um futuro no qual a Europa lidera os mercados, e não em um no qual seremos meros compradores”, acrescentou.
Com isso, a Europa vai se colocar como uma alternativa no futuro aos principais polos de tecnologia como a China, país que atualmente concentra a maior parte da tecnologia quando o assunto são os semicondutores.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também deixou claro que o objetivo é tornar a Europa independente dos chips desenvolvidos fora do bloco. A capacidade de produzir o componente é uma parte fundamental dessa estratégia: “Dependemos de chips de ponta feitos na Ásia. Então não é questão de competitividade, mas de soberania tecnológica. Então vamos focar nisso”, relatou.
Por fim, a instituição ainda vai propor uma legislação para criar o seu ecossistema de fabricação de chips.
Falta de semicondutores preocupa empresários no Brasil
No Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a porcentagem de relatos sobre dificuldades de adquirir componentes diminuiu de 73% em maio para 65% em julho. Contudo, o percentual permanece bem acima dos 20% registrados no início de 2020 antes da pandemia.
Com isso, os semicondutores seguem como os materiais mais difíceis de adquirir, com 59% das empresas enfrentando dificuldades na compra de componentes da Ásia.
Créditos da imagem principal: H_Ko/Shutterstock
Via: Telesíntese
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