Crédito: Jo Panuwat D/Shutterstock
Uma combinação de remédios já conhecidos tem o potencial de prolongar a vida de pacientes com câncer de próstata. A adoção desses medicamentospode diminuir a necessidade de tratamentos hormonais e de castração para prolongar a vida de alguns homens.
As descobertas foram apresentadas durante a edição de 2021 do Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (Esmo). Foram realizados dois estudos com o AAP, uma combinação de acetato de abiraterona e a prednisolona, que foi adicionada à terapia padrão contra o câncer de próstata.
A combinação de remédios prolongou a sobrevida dos pacientes quando comparada com a terapia padrão sozinha. As descobertas foram comemoradas pela presidente do Departamento Interdisciplinar de Oncologia Urológica da Charité Universitätsmedizin, na Alemanha, Maria De Santis.
Segundo De Santis, as descobertas têm o potencial de serem implementadas imediatamente, já que se trata de uma combinação de dois remédios já conhecidos. Por conta disso, não será necessária a aprovação de órgãos regulatórios para a adoção do tratamento.
O desafio agora é convencer médicos e pacientes a adotarem o tratamento, principalmente naquelas que possuem risco elevado de metástase. Para De Santis, o ideal é que o tratamento com a combinação de abiraterona e prednisolona se torne o padrão de atendimento para o câncer de próstata.
Atualmente, o padrão de atendimento para homens com câncer de próstata em metástase é o docetaxel, um agente quimioterápico. A ele, são somadas a terapia de privação de androgênio (ADT), e um agente hormonal de próxima geração, a abiraterona.
Inicialmente, os pesquisadores tentaram descobrir se o AAP era efetivo ao ser adicionado apenas ao ADT ou somado ao ADT e o docetaxel. Os testes mostraram que quando o AAP foi somado aos dois medicamentos, reduziu o risco de morte em 25% quando comparado à soma com apenas um.
De acordo com o autor do estudo, o professor de oncologia da Universidade Paris-Saclay, na França, Karim Fizazi, o tratamento foi bastante efetivo em homens com cânceres mais agressivos. Além disso, os efeitos colaterais do tratamento com os três medicamentos foram mais leves.
O tratamento, que foi chamado de trigêmeo, proporcionou, em média, dois anos e meio a mais sem progressão do câncer e aproximadamente mais um ano e meio de vida. Ou seja, os pacientes ganharam, em média, mais dois anos de expectativa de vida, que passou de três para cinco anos.
Leia mais:
Segundo Fizazi, o tratamento trigêmeo claramente adiou a progressão do câncer em metástase. Contudo, ainda são necessárias novas análises para verificar qual o impacto da nova abordagem na sobrevida dos pacientes.
De acordo com o médico, é necessário um acompanhamento mais longo para determinar qual o papel de uma terapia na sobrevida de pacientes com câncer. Porém, é possível que o tratamento seja adotado em diferentes partes do mundo, já que os medicamentos do AAP terão a patente quebrada.
Via: Medical Xpress
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Esta post foi modificado pela última vez em 20 de setembro de 2021 17:53