Em entrevista ao Wall Street Journal, Jennifer Homendy, nova chefe do Conselho Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB), dos Estados Unidos, se disse extremamente preocupada com a atualização do sistema Full Self Driving. Ela chamou o nome do sistema de piloto automático da Tesla de “enganoso e irresponsável”.

Full Self Driving, quer dizer, literalmente, autodireção plena. E, pela própria Tesla, o nome não é adequado: a direção “plena” exige que o motorista fique com as mãos no volante o tempo todo. “Claramente isso tem conduzido muitas pessoas a abusar da tecnologia”, também afirmou Homendy, referindo-se aos casos em que pessoas apareceram dirigindo Teslas no FSD fora do banco do motorista e citando a propaganda da Tesla e as falas do CEO Elon Musk como motivação.

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A atualização do FSD promete levar o piloto automático para dentro das cidades – na versão anterior, a função era oficialmente só para a estrada. Homendy acredita que o sistema, que apresentou problemas estranhos como ignorar viaturas da polícia, não está pronto para isso.

Já Elon Musk afirma que 2 mil pessoas testaram o sistema em beta por quase um ano, sem acidentes. O sistema é pago e quem requisita a atualização deve passar por um período de uma semana de testes, monitorando o uso do carro pelo motorista. Só ganha acesso a quem tiver “bom comportamento”.

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Piloto automático da Tesla não é o mais avançado

Há muito em jogo como a nova versão. Porque, de fato, na escala de autonomia dos veículos da Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), a Tesla não está na frente da concorrência. Ela se encontra atrás da Honda. A japonesa que conseguiu atingir o nível 3 de autonomia autorizada no Japão, enquanto os carros da Tesla ainda estão no nível 2.

A diferença é entre ter um veículo com assistência de direção avançada (nível 2) como os da Tesla versus um que, de fato, está se dirigindo sozinho, exigindo a presença de um humano no banco do motorista apenas por segurança. Se a atualização do FSD entregar o que está prometendo, a Tesla sobe de nível.

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Os dois últimos níveis da SAE são sem a necessidade de motorista, com o penúltimo ainda exigindo a presença em situações especiais, como chuvas intensas ou neve e o último dispensando humanos para sempre, em qualquer situação. Nenhum veículo do mundo atingiu os níveis 4 ou 5.

Via The Wall Street Journal

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