O secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, informou em uma conferência em Maryland, nesta segunda-feira (20) que cinco novos bombardeiros “invisíveis” B-21 estão em construção — no que pode ser entendido como uma ameaça velada contra o avanço do poder nuclear da China.

Intitulado B-21 “Raider”, a tecnologia militar da aeronave é inspirada no antepassado B-2 “Spirit”, que faz parte da linha de aeronaves furtivas dos Estados Unidos. A aerodinâmica da asa subsônica e o design tornam estes aviões difíceis de serem identificados pelos radares de hoje, o que faz com que ele leve a fama de “invisível”.

Até o momento, apenas duas de suas unidades haviam sido produzidas pela fabricante Northrop Grumman, na Califórnia — uma para testes de voo e outra, para testes de sistemas, como padrão da indústria. A força militar dos Estados Unidos quer adquirir 100 unidades do B-21 Raider, a US$ 600 milhões cada, para substituir os mais caros B-2 e o supersônico sem capacidade furtiva, B-1B Lancer.

O movimento é reconhecidamente arriscado por parte do próprio secretário, que não explicou a pressa. “Todos os programas têm riscos, e isso é verdade para o B-21, mas ao menos a esta altura ele está fazendo um bom progresso”, afirma Kendall.

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O B-21 deve deixar sua fase de produção em dezembro e ter voos de teste no ano que vem. Sua introdução oficial para o arsenal dos Estados Unidos está estimada para meados da década.

EUA é contra expansão de arsenal nuclear da China

As manifestações do secretário da Força Aérea dos EUA parecem uma resposta direta às tensões insurgentes entre os norte-americanos e a China. Os discursos de Joe Biden e Xi Jinping na ONU revelaram animosidades entre as partes, que vivem uma “Guerra Fria 2.0” desde 2017.

A doutrina chinesa, contrária a uma investida nuclear, possui apenas 320 ICBMs — mísseis balísticos intercontinentais. O número é cinco vezes menor que os dois maiores players militares, os Estados Unidos e a Rússia.

A China alega que seu armamento militar é para fins de defesa e dissuasão. No entanto, é estimado que os chineses acelerem, em contrapartida, o desenvolvimento do bombardeiro subsônico Xian H-20, também projetado para ser invisível a radares.

Via Folha de S. Paulo

Imagem: Divulgação/ Northrop Grumman

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