Em meio à ascensão global do entretenimento coreano (seja no meio de cinema, streaming ou mesmo em música com o k-pop), o governo da Coreia do Sul revelou uma ação para ajudar a prevenir a morte de celebridades por suicídio e o falecimento de fãs por imitação (copycat). O plano com as medidas foi anunciado na última sexta-feira (1º), poucos dias depois de uma reunião conjunta sobre a questão entre o Ministério da Educação e o de Saúde e Bem-Estar.

Atualmente, a nação asiática está desfrutando do maior pico do sucesso global hallyu wave (“onda” ou “invasão coreana”, na tradução literal), referente a popularização da cultura local em níveis internacionais – muito por conta do K-pop, séries dramáticas (os famosos “doramas“), produções de filmes e etc. Porém, o setor é visto como tendo sucesso por meio de um sistema de alta pressão em cima dos chamados “idols“, no qual a taxa de falha é alta, e o sucesso vem com um intenso escrutínio online.

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Nos últimos anos, várias celebridades coreanas e personalidades da mídia tiraram as próprias vidas, com motivos que podem incluir depressão, culpa, vergonha e cyberbullying. A morte por suicídio de Kim Jong-hyun, membro da boyband de k-pop SHINee, foi uma das mais divulgadas no fim de 2017. Apenas um ano depois, duas outras artistas do meio – Sulli, da girlband f(x), e Goo Hara, ex-integrante do grupo Kara, enviaram novas ondas de choque para a indústria do entretenimento ao falecerem da mesma maneira, aumentando a preocupações em relação à saúde mental das estrelas do k-pop.

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Kim Jonghyun, vocalista principal do grupo k-pop sul-coreano SHINee, morreu aos 27 anos após cometer suicídio. Imagem: SM Entertainment/Divulgação

O plano atualizado de prevenção contra suicídio visa “eliminar pontos cegos” na gestão da saúde mental de celebridades e artistas coreanos por agentes e gerentes. A medida aumenta o número de consultas psicológicas realizadas pela Agência Coreana de Conteúdo Criativo (KOCCA) de 900 em 2021 para 1.300 em 2022.

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O serviço de saúde mental da Coreia do Sul também enviará profissionais para visitar mais sets de filmagem de séries e filmes locais, além de prover ajuda financeira tanto com despesas de tratamento quanto em gastos gerais a artistas com renda instável.

Todas as medidas ocorrem também com preocupações ao ‘Efeito Werther’, que é a subsequente imitação em massa de um suicídio após uma notícia amplamente divulgada da morte de alguém, normalmente por celebridades ou figuras conhecidas do público. O plano cita que os ministérios defendem um monitoramento mais próximo das reportagens da mídia em relação à tais veiculações, mas as ações em específico não foram detalhadas.

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Embora causa e efeito sejam difíceis de provar, muitos relatos de jovens que tiraram as próprias vidas na Coreia do Sul foram relacionados a eventos amplamente discutidos, como o movimento #MeToo ou o escândalo “Burning Sun” associado ao Seungri, membro de um dos grupos mais conhecidos do k-pop, BigBang. Especialistas acreditam que a morte por suicídio de celebridades pode fornecer não apenas uma referência para entusiastas obcecados (conhecidos como sasaengs no país), mas também uma espécie de “gatilho” para fãs tomarem medidas extremas.

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Não só na Coreia do Sul, mas no mundo todo. Peça ajuda contra pensamentos suicidas!

Procure ajuda no Centro de Valorização da Vida (https://www.cvv.org.br/) e nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) caso você esteja pensando em cometer suicídio.

Os mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil do Centro de Valorização da Vida funcionam 24 horas por dia, inclusive aos feriados, pelo telefone 188. O atendimento também funciona pessoalmente, por e-mail ou via chat.

Fonte: Variety

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