A China está comemorando 1.000 dias da missão Chang’e 4, que vem explorando o lado distante da Lua. O módulo, carregando o rover Yutu 2, pousou na Lua, mais especificamente na cratera Von Kármán, em 2 de janeiro de 2019.

Rover Yutu 2 e o módulo de pouso Chang’e 4: 1.000 dias na Lua. Imagem: Alejo Miranda / Shutterstock

Ambas as espaçonaves atingiram o marco na última semana. Segundo autoridades chinesas, o rover Yutu 2 percorreu um total de 839,37 metros de solo lunar e adquiriu 3.632,01 gigabytes (cerca de 3,5 TB) de dados durante sua operação.

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Juntos, Chang’e 4 e Yutu 2 já enviaram imagens e panoramas impressionantes do lado oculto da Lua, revelaram segredos abaixo da superfície, mediram quanta radiação os astronautas enfrentariam e foram avistadas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter, da Nasa.

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Com o marco, o Yutu 2 estabeleceu um novo recorde de longevidade para um rover trabalhando na superfície da Lua, superando o anterior, de 321 dias, estabelecido em 1971 pelo robô Lunokhod 1, da União Soviética.  O rover chinês agora está se dirigindo para uma área basáltica distante, e pode levar anos para chegar ao novo local.

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Apesar de lidar com a alternância de frio profundo e calor escaldante de noites e dias lunares, intensa radiação solar e regolito lunar abrasivo, o Chang’e 4 e seu companheiro ainda estão funcionando bem, assim como seus instrumentos científicos.

O nome Chang’e é uma homenagem a uma deusa chinesa da Lua. Já Yutu seria seu animal de estimação, e significa “Coelho de Jade”. A dupla, que apareceu na animação chinesa “A Caminho da Lua” na Netflix, começou seu 35º dia lunar em 29 de setembro. 

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Já o Queqiao (“Ponte Magpie”), o satélite que permite que a missão Chang’e 4 se comunique com a Terra, também está saudável. O satélite retransmissor foi lançado em 2018 para orbitar em torno de um ponto além da Lua, de onde pode ver o lado distante de nosso satélite e a Terra o tempo todo. Esse satélite é necessário para enviar dados e comandos entre a Chang’e 4 e o controle da missão, porque o lado distante da Lua nunca está voltado para a Terra.

O Chang’e 4 foi originalmente projetado como um backup do Chang’e 3 caso o titular falhasse. No entanto, ele foi reaproveitado para uma missão mais ambiciosa após o pouso bem-sucedido de Chang’e 3 em 2013. Já o primeiro rover Yutu perdeu sua capacidade de locomoção depois de apenas dois dias lunares devido a um curto-circuito. O Yutu 2 foi redesenhado para evitar que rochas danificassem seus circuitos e provou ser muito mais durável.

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A China lançou sua primeira missão de retorno de amostras lunares, a Chang’e 5, no fim de 2020. A missão trouxe com sucesso 1,731 kg de amostras lunares frescas para a Terra em dezembro. O país enviará o Chang’e 6 para coletar amostras do outro lado da Lua em 2024.

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