Lançado pela Masaya para o Mega Drive em 1992, Gleylancer (ou Advanced Busterhawk Gleylancer, pra quem prefere o título completo) é considerado um dos melhores “shmups” (jogos de nave) para o console. Belos gráficos, excelente trilha sonora e ótima jogabilidade o tornaram um dos favoritos dos fãs do “mega” ao longo dos anos, o que infelizmente teve um efeito colateral indesejado.

Durante a vida do Mega Drive, o jogo foi lançado apenas no Japão, o que o torna incomum. Some isso ao “hype” gerado pelos fãs e os preços, previsivelmente, dispararam nos últimos anos. Cartuchos originais passam fácil dos US$ 500 em sites de leilão, e mesmo um relançamento de 2019, feito pela Columbus Circle no Japão, passa dos US$ 200.

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Cartucho japonês original de Gleylancer. Se você tem um desses, tem fácil US$ 500 em casa. Imagem: Sega Retro
Cartucho japonês original de Gleylancer. Se você tem um desses, tem fácil US$ 500 em casa. Imagem: Sega Retro

Portanto, a notícia do lançamento pela Ratalaika Games de uma versão para o Nintendo Switch, com preço sugerido de apenas US$ 7, é excelente, seja para quem já conhece o jogo e quer uma versão com alguns “confortos modernos” ou para quem nunca jogou, mas quer saber o motivo de todo o burburinho. 

Gleylancer é um shooter com temática bastante convencional. A história, contada por uma longa introdução no estilo anime, é a seguinte: No ano 2025 (é, daqui a apenas 5 anos) a Federação Terrestre está em guerra com uma raça alienígena desconhecida. Durante um combate, os inimigos cercam a espaçonave terrestre Oberon e, para surpresa de todos, a teletransportam para um local desconhecido.

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A Oberon era comandada pelo almirante Ken Cabrok, pai de Lucia, uma jovem piloto de 16 anos que serve em outra nave, a Ariel. Ao ouvir a notícia de seu superior, ela também ouve que a Terra está preparando um novo “caça” que pode virar a guerra a nosso favor, mas até ele estar completo, nada pode ser feito para salvar seu pai.

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Mais tarde, conversando com sua amiga Teim, Lucia descobre que um protótipo do novo caça, o CSH-01-XA Gleylancer, está sendo testado a bordo da Ariel. Sem pensar em consequências como uma Corte Marcial, ou mesmo na possibilidade de ser morta em combate, Lucia decide roubar o caça e resgatar seu pai. 

A história de Gleylancer é contada em cenas no estilo anime. Vídeo: Rafael Rigues / Olhar Digital

A jogabilidade também é convencional: viaje da esquerda para a direita atirando em tudo o que se mexe, destrua um chefão, vá para a próxima fase. Mas o que dá mais tempero a ela são os vários tipos de armas à disposição do Gleylancer e os dois satélites que o acompanham, chamados “movers”.

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No começo de uma partida, o jogador pode escolher sete padrões de movimento para os satélites, o que combinado às sete armas encontradas durante o jogo resulta em dezenas de possibilidades de ataque. E você vai precisar explorar todas elas, especialmente se quiser terminar o jogo nos níveis de dificuldade mais altos.

As fases são bastante variadas. A primeira, com um imenso campo de asteroides e um planeta gigante gasoso ao fundo, é impressionante para o Mega Drive. Nas seguintes você irá lutar no espaço aberto contra espaçonaves imensas, em cavernas contra criaturas insetoides, percorrer corredores em alta velocidade e abrir caminho por labirintos orgânicos.

Várias fases de Gleylancer tem um efeito tridimensional no fundo, como as nuvens no sexto estágio. Imagem: Rafael Rigues / Olhar Digital
Várias fases de Gleylancer tem um efeito tridimensional no fundo, como as nuvens no sexto estágio. Imagem: Rafael Rigues / Olhar Digital

No Switch é possível jogar Gleylancer de três formas. O modo Vintage é idêntico ao cartucho original japonês, sem tirar nem pôr. No modo Modern os desenvolvedores adicionaram alguns recursos extras: você pode mudar o padrão de movimento dos satélites a qualquer momento, usar o analógico direito para apontá-los manualmente na direção de um inimigo e usar botões separados para ajustar a velocidade de movimento da nave (muito útil nas últimas fases).

Também é possível “rebobinar” o jogo, para se recuperar de alguma morte por descuido, os recordes são salvos (no cartucho original eles eram apagados sempre que você desligava o console) e as legendas estão em inglês, com uma fonte melhor.

A capacidade de “rebobinar” o jogo no modo “Modern” é muito útil para evitar mortes. Video: Rafael Rigues / Olhar Digital

O terceiro modo é o Cheater, que permite o uso de algumas trapaças “se você descobrir como”. Não descobri, mas imagino que sejam as mesmas da versão para o Mega Drive, que incluem invencibilidade e um modo “debug” que permite customizar vários aspectos do jogo.

Independente do modo de jogo, as opções de vídeo permitem realmente personalizar a imagem. Você pode ativar scanlines e controlar sua intensidade, simular a curvatura de um tubo de imagem, ajudar a intensidade das cores e muito mais. Tudo para ter a sensação de estar jogando numa TV de tubo da época.

Os Shaders permitem personalizar a aparência da imagem de Gleylancer a níveis absurdos. Imagem: Rafael Rigues / Olhar Digital
Os Shaders permitem personalizar a aparência da imagem a níveis absurdos. Imagem: Rafael Rigues / Olhar Digital

Pelo preço sugerido de US$ 7 (ou R$ 28,52 no Brasil, até 5/11), não há motivo para não experimentar Gleylancer. E se você fizer, fica minha sugestão: use o padrão Search para os satélites, e após conseguir a arma Bound Shot na fase 3, continue com ela. E como diz o computador de bordo do CHS-01-XA: “Stick to it, and believe in your power!“.

Gleylancer, da Ratalaika Games, está disponível em versões para o Nintendo Switch e Sony PlayStation 4. Analisamos a versão Switch, com código cedido pela desenvolvedora.

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