Como parte das reformas estruturais do presidente Joe Biden, uma media havia previsto uma ordem para que as montadores criem tecnologias contra a direção alcoolizada em seus novos veículos. Essa ordem acaba de passar no Congresso dos EUA, como parte do Ato Por Infraestrutura, Investimento e Empregos. Biden deve assinar a medida em breve.
A legislação deve obrigar montadoras a formas de detectar a direção alcoolizada, dar alertas e impedir os carros de funcionar sob ela a partir de 2026. A lei especifica que que equipamentos sejam capazes de “passivamente monitorar o desempenho de um motorista de um veículo para identificar com precisão se o motorista está sem condições de dirigir”.
A ideia provavelmente não é colocar um bafômetro obrigatório em cada carro. Como a própria lei indica, os mesmos sistemas serão capazes de detectar se motoristas dirigem mal por outras drogas, problemas neurológicos, até sono.
Mas o álcool é o alvo principal. Nos Estados Unidos, segundo a Administração Nacional de Tráfego e Segurança nas Estradas, 10 mil mortes ocorrem anualmente por acidentes envolvendo condutores bêbados.
Começo do fim para a direção alcoolizada
Alex Otte, presidente da ONG Mothers Against Drunk Driving (“Mães Contra a Direção Alcoolizada”) celebrou a conquista e chamou a decisão de “a legislação mais importante de todas” e o “começo do fim da direção alcoolizada”. Segundo ela, “vai virtualmente eliminar o assassino número 1 das estradas da América”.
Outras medidas aprovadas como obrigatórias pela lei foram avisos para crianças esquecidas no banco de trás, freios automáticos para motoristas que deixam de responder, e avisos de tráfego em movimento, para congestionamentos e semáforos. Essas tecnologias já existem em alguns modelos, assim como câmeras de infravermelho que tanto detectam decisões inadequadas na direção quanto movimentos erráticos dos motoristas, ou falta de responsividade ao volante. A lei deve tornar isso tão universal quanto o cinto de segurança.
Medidas como as dos EUA certamente terão impacto no Brasil porque a sede de montadoras importantes fica por lá, e devem ser adotadas por outros países.
No Brasil, segundo o Atlas da Acidentalidade do Trasnporte Brasileiro, 2020 registrou 5.434 pessoas morreram em 2020 em acidentes envolvendo direção alcoolizada; é a quarta causa, após desatenção, desrespeito à sinalização e excesso de velocidade.
Mas os EUA são um país com 50% a mais de população e bem mais motorizado, então os números não são realmente tão diferentes assim.
Imagem: Andy Dean Photography/Shutterstock
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