Com lançamento marcado para 25 de fevereiro de 2022, ‘Elden Ring’ é o projeto mais ambicioso da From Software. E isso é dizer bastante, já que o estúdio é o responsável pela franquia ‘Dark Souls’ e pelos jogos ‘Bloodborne’ e ‘Sekiro: Shadows Die Twice’. Ou seja, eles praticamente definiram um gênero de games, então eles não estão acostumados a pensar pequeno. Mas ainda assim, ‘Elden Ring’ é gigante.

Ainda faltam alguns meses para o lançamento, mas a From Software e a Bandai Namco liberaram o jogo para um Teste de Rede Fechado no próximo fim de semana, (12 a 14) e foi gentil o suficiente para ceder para alguns veículos de comunicação uma build antecipada de ‘Elden Ring’, que pudemos experimentar nos últimos dias. E olha, o candidato a “Jogo do Ano” vem forte.

Mas vamos começar pelo começo. Dentro dos jogos “Soulslike” pelo qual a From se diferencia, ‘Elden Ring’ é especial por se tratar de uma parceria entre o diretor Hidetaka Miyazaki (presidente, designer e roteirista do estúdio) e o escritor britânico George R. R. Martin, autor, entre outros, das ‘Crônicas de Gelo e Fogo’, adaptadas na série ‘Game of Thrones’, da HBO. Martin criou ou universo de ‘Elden Ring’, sua mitologia geral (seu “lore”), enquanto Miyazaki desenhou a história particular do jogo.

No game, o jogador é um Maculado (Tarnished), que deve explorar as Terras Intermédias (Lands Between) em busca de fragmentos do Anel Pristino (o tal Elden Ring da história) criado pelos semideuses, para assim se tornar um Lorde Pristino (Elden Lord). Mais do que isso, como é costume nos jogos tipo ‘Dark Souls’, você só vai descobrir jogando, conversando com os NPCs e lendo todo bilhete, carta, livro e pergaminho que encontrar pela frente. Mais do que jogado, ‘Elden Ring’ é um jogo para ser descoberto.

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Isso fica claro na primeira vez que você contempla as Terras Intermédias. O cenário é um mundo aberto gigantesco, com vários cenários como florestas, ruínas, lagos congelados e pântanos, que mais lembra à primeira vista um game como ‘The Legend of Zelda: Breath of the Wild’ do que as masmorras opressivas de ‘Dark Souls’. Tanto é que para explorá-lo, você conta com a ajuda do Corcel Espectral, Torrente, que lhe é apresentado logo no começo da história. ‘Elden Ring’ também conta com cenários mais familiares para os fãs da From, que são os chamados “Mapas Legado”, que oferecem um combate corpo a corpo mais próximo – alguns deles já disponíveis na versão de testes.

A promessa dos desenvolvedores é que cada Maculado será único, moldado à forma como cada jogador prefere jogar. São dez classes de personagem disponíveis, mas será possível mudar a sua build com itens, armas, habilidades mágicas e atributos para adaptar ao seu estilo. Na versão de testes disponibilizada pela Bandai Namco, é possível escolher entre cinco personagens pré-desenhados, de modo que atendam diferentes padrões – desde o foco maior no corpo a corpo, até magos lançadores de projéteis.

Elden Ring
Os adversários em ‘Elden Ring’ proporcionam um desafio e tanto. Imagem: From Software/Bandai Namco/Divulgação

Itens no jogo e pontos de upgrade são comprados com runas coletadas de inimigos e pelo mapa. O combate em ‘Elden Ring’ é muito parecido com ‘Dark Souls 3’: ataque leve, ataque forte, esquiva, se cura, ataque leve, esquiva, magia, se cura, ataque forte… e morte. Depois tenta tudo de novo até conseguir, nada com o qual você já não esteja acostumado.

Para os novatos – ou quem quiser conhecer algumas das novas dinâmicas de jogabilidade – a versão de Teste de Rede Fechado te dá a opção, logo no início, de passar pela Caverna no Conhecimento: uma mini masmorra que fica logo do lado direito, caindo pelo buraco. Alguns corredores e uma série de inimigos te apresentarão os conceitos básicos do jogo, antes de você se aventurar por Limgrave (Lingrave), a área inicial de ‘Elden Ring’, disponível na versão de testes. Comparado ao mapa total do jogo, a região não é muito grande – mas enorme de se explorar para uma demo de um game que só será lançado no ano que vem. Dentro da área também está o primeiro mapa legado, o  Castelo de Tempesvéu (Stormvail).

Elden Ring
Os cenários de ‘Elden Ring’ impressionam pela escala e pelos detalhes. Imagem: From Software/Bandai Namco/Divulgação

Para dar uma relaxada entre uma exploração e outra, e aproveitar para trazer de volta todos os inimigos que você matou às custas do seu bem-estar mental e desgaste dos seus dedos, estão os Locais de Graça. Como as fogueiras de ‘Dark Souls’, eles servem para você fazer upgrade no personagem, se curar, organizar seu inventário e outras ações. Quando você morre, também volta para um Local de Graça para começar tudo de novo, mas também pode utilizá-los para viagens rápidas.

Um adicional desses pontos é que eles indicam o caminho a seguir para progressão do enredo. Uma luz dourada liga um ponto ao próximo, e você tem a opção de segui-la ou não (o que provavelmente deve abrir janelas para os múltiplos finais de ‘Elden Ring’. Mas se você morreu e o último Local de Graça ficou muito para trás, não se desespere: existem “checkpoints” entre cada ponto de ressurreição, as Estacas de Marika, geralmente próximas a locais onde você provavelmente irá morrer (várias vezes).

Os Locais de Graça ainda permitem alternar o ciclo entre dia e noite nas Terras Intermédias. Como o já citado ‘Breath of the Wild’, a hora do dia influencia nos adversários que perambulam pelo cenário, bem como em certas ações que devem ser tomadas. Além da posição do sol, o clima em ‘Elden Ring’ também varia, de tempo aberto a chuvas torrenciais. Explore o cenário para desbloquear partes do mapa e locais de viagem rápida.

Ao encontrar o terceiro Local de Graça, você é apresentado a Melina, a Donzela dos Dedos que guiará o Maculado pela sua jornada. Todo maculado tem uma donzela, e Melina é a sua – é ela quem lhe presenteia com o anel que o permitirá convocar Torrente, o Corcel Espectral. O cavalo permite uma exploração não só mais rápida do terreno, mas também muito mais vertical, já que ele conta com um pulo duplo imenso. O combate montado também obedece a uma dinâmica diferente, e Torrente pode ser convocado mesmo depois de morrer, a o custo de um Frasco de Lágrimas Carmesins.

Elden Ring
O Torrente pula alto, bem alto. Imagem: From Software/Bandai Namco/Divulgação

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‘Elden Ring’ não seria um jogo soulslike sem seus chefes imensos e incrivelmente difíceis. Alguns minis bosses circulam o cenário, como o Sentinela da Árvore e o Dragão Voador Agheel, mas é em Tempesvéu que está Margit, o Agouro Caído, chefão da versão de Teste de Rede Fechado. Como em outros jogos da From Software, informações coletadas no caminho e dicas de NPC podem ajudar no combate, mas convidar um amigo e enfrentar o desafio no coop é o jeito mais fácil.

Mesmo numa versão de testes limitada, ‘Elden Ring’ mostra que está disposto a ser um marco da nova geração de games. Cenários belíssimos, enredo intrigante e jogabilidade desafiadora – que já eram características dos jogos da From – foram amplificadas no novo projeto. Apesar de apresentar um mundo aberto e trazer recursos que podem ser mais convidativos ao gamer casual, ‘Elden Ring’ é um jogo raiz feito para os que não se frustram facilmente.

Os fãs selecionados poderão ter um gostinho do que vem por aí no Teste de Rede Fechado entre os dias 12 e 14, disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S. As sessões permitirão cross-play no multiplayer online entre os consoles de gerações distintas. ‘Elden Ring’ está disponível também para pré-venda no site oficial do jogo.

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