O sistema “Autodireção Plena” (Full Self Driving), dito piloto automático da Tesla, levanta controvérsias no próprio país de origem, onde senadores chegaram a acusar a empresa de propaganda enganosa”. Mas o quão ruim (ou bom) é ele na prática?

O YouTuber Tony Ezero, do ainda bem obscuro canal Detroit Tesla (17 seguidores) tem feito exatamente isso. O teste, como o nome indica, acontece em Detroit, por volta das 17h de um dia nublado, e leva quase uma hora. A versão é o beta atual do FSD, o 10.4.

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Não é autonomia

Oficialmente, o FSD é só um assistente de direção, de autonomia nível 2, que exige que o motorista se mantenha sempre com às mãos ao volante e os pés nos freios para assumir quando ele não dá conta do recado. E, no vídeo, fica claro que isso acontece algumas vezes.

A estrada é de complexidade mínima, e acaba sendo um local onde esse tipo de sistema tem um desempenho bom. A cidade é exponencialmente mais complexo. No teste de Tony, o piloto automático é visto, entre outras: subindo no acostamento, tratando um semáforo extinto como ainda existente (mesmo atualizado no mapa), tratando uma via de duas mãos como uma só, sugerindo cruzar ilegalmente (interrompido) e outra hora cruzando ilegalmente uma faixa dupla e, coroando o final do vídeo, entrando numa contramão.

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Em outras partes, o sistema peca por excesso de zelo: ele se mantém a uma distância maior dos carros do que um motorista faria, freia quando um carro cruzando está obviamente parado, às vezes demora demais para reagir a um sinal abrindo, irritando os outros motoristas.

Tony, mesmo com esses percalços, considera que o sistema evoluiu muito desde a última versão que ele testou, a 10.1.

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Piloto automático da Tesla não substitui Piloto

O vídeo também tem um certo fator de entretenimento em mostrar a esquisitice de Detroit, um desafio para o piloto automático da Tesla.

Detroit é um famoso desastre urbano que já concentrou a produção da Ford, Chrysler e General Motors, mas vem decaindo desde quando as montadoras passaram a distribuir sua produção, em longínquos anos 1960.

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A cidade tem uma das maiores taxas de criminalidade dos Estados Unidos, com 41,4 homicídios por 100 mil habitantes em 2020 – o que faz dela o segundo pior caso em seu pais. Seria, entre as capitais estaduais do Brasil, o quarto pior caso, com mais que o dobro da média brasileira.

Hoje em recuperação, o centro de Detroit que o piloto automático da Tesla enfrentou é cheio de terrenos baldios, galpões fechados e algumas construções novas. E um trânsito estranhamente mínimo para o horário do fim de expediente no centro de uma grande cidade.

Assista aqui. Há legendas automáticas em inglês.

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