Cometa que passou pela Terra em 12/11 só volta daqui 200 anos, mas você ainda pode observá-lo

Objeto tem relação histórica com a humanidade por ser o primeiro onde nós realizamos um pouso direto em 2014
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 17/11/2021 18h56, atualizada em 18/11/2021 10h25
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Imagem: ESA/Divulgação
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O cometa 67P, que entrou para a nossa história por ter sido o primeiro onde realizamos o pouso de uma nave espacial (chamado de “pouso cometário” por alguns), passou pelo ponto mais próximo da Terra na última sexta-feira (12) – dias antes do feriado prolongado da Proclamação da República – se despedindo de nossa vizinhança pelos próximos 200 anos.

Ou quase isso: embora a próxima passagem dele venha, segundo estimativas, apenas em 2214, ele ainda está começando a se afastar da nossa órbita. Caso você tenha interesse em observá-lo, basta mirar o seu telescópio na direção de Pollux, a estrela mais brilhante da constelação de Gêmeos (ascensão reta 7h 45m 19s, declinação +28° 1′ 34″, segundo o Google).

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Imagem do cometa 67P, que ficará ausente de nossa órbita por 200 anos
O 67P é o cometa mais bem estudado da história da astronomia – foi ele o primeiro onde nós pousamos uma sonda espacial – e agora está se afastando de nossa órbita pelos próximos 200 anos (Imagem: ESA/Divulgação)

Foi em 2014 que o cometa 67P tornou-se mundialmente conhecido, após a missão Rosetta, conduzida pela agência espacial europeia (ESA) entrar em sua órbita após seu lançamento, 10 anos antes. Essa etapa orbital durou cerca de dois anos, enquanto a espaçonave que dava nome à missão tirou medidas e coletou informações de todo tipo sobre o objeto celeste.

Depois disso, uma pequena sonda chamada Philae, pousou no cometa, mas não sem seus obstáculos: no instante do pouso, a sonda “quicou” do corpo do objeto, aterrissando em uma posição bem menos conveniente graças à falha de dois arpões que deveriam ancorá-la.

O efeito disso foi a sonda acabar “escondida” do Sol, sob uma planície, entrando em modo de hibernação dois dias depois do pouso. Felizmente, em junho de 2015, a sonda “acordou” após uma mudança na angulação do corpo celeste, permitindo que as informações desejadas fossem coletadas. Mesmo com esse atraso, o episódio fez com que o 67P se tornasse o cometa mais estudado pelos nossos especialistas.

Sim, muito bem estudado, obrigado: quase sete anos depois, cientistas de várias agências e especialistas em astronomia ainda estão analisando todos os dados obtidos pela sonda.

A sonda – e o módulo Rosetta – ainda estão lá, aliás, contudo em estado de desativação. Se você for um entusiasta da observação astronômica (e tiver um telescópio à mão), talvez o registro do 67P tenha bastante valor a você.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital