Agências espaciais vão pagar até 11 mil euros para pessoas… dormirem

Estudo conduzido pela agência em parceria com o centro espacial europeu deve durar perto de 60 dias e é exclusivo para cidadãos alemães
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 18/11/2021 17h35, atualizada em 19/11/2021 19h31
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Imagem: Olena Yakobchuk/Shutterstock
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Já imaginou ganhar 11 mil euros (€, cerca de R$ 70 mil) só para dormir? As agências espaciais da Alemanha (DLR) e Europa (ESA) estão procurando cidadãos alemães – e somente os alemães – para um estudo conduzido em parceria com a agência espacial norte-americana, a Nasa:

As agências não mencionaram quantas pessoas estão buscando, mas o estudo vai avaliar apenas homens, com idade entre 24 e 55 anos, não fumantes e com altura entre 1,53 m (metro) e 1,90 m e fluentes em alemão. Obrigatoriamente, todos com índice de massa corporal (IMC) entre 19 kg e 30 kg por metro quadrado (m²).

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O processo é relativamente simples: os candidatos vão deitar em uma cama com inclinação de seis graus em direção à cabeça por um período de 30 dias para descanso (59 dias ao todo). O sumário do estudo não detalha isso, mas dá a entender que envolverá mais de uma turma. O pagamento para os voluntários é parcelado.

O objetivo do estudo é determinar as consequências da permanência contínua em ambientes de microgravidade e como isso impacta o sono humano, mais ou menos como acontece na Estação Espacial Internacional (ISS).

Imagem mostra um homem dormindo
Estudo sobre o sono pode dar à Nasa e outras agências espaciais um melhor entendimento sobre os efeitos da microgravidade a longo prazo no corpo humano (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Se isso tudo lhe soa familiar, é porque não é a primeira vez que a agência espacial faz isso: em 2017, a Nasa lançou um estudo chamado “VaPER” (“VIIP and Psychological :envihab Research”), que buscou estudar a pressão de fluidos sobre os nervos ópticos, com o mesmo processo de sono (a inclinação da cabeça faz os fluidos se acumularem pela região ocular).

A diferença é que essa primeira parte do estudo durou apenas duas semanas. Ao que tudo indica, nessa repetição da pesquisa, as agências querem estudar os efeitos a longo prazo.

“Os voos espaciais tripulados continuarão sendo importantes para o futuro, a fim de conseguirmos conduzir estudos de microgravidade, porém, devemos fazê-los da forma mais segura para os astronautas”, disse Hansjörg Dittus, membro da junta executiva do DLR.

“Este estudo de repouso oferece aos investigadores espaciais de toda a Europa e Estados Unidos a oportunidade de trabalharem juntos e adquirir, em conjunto, o máximo de conhecimento sobre a fisiologia humana que lhes seja possível”, adicionou.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.