Você sabia que a música tem um efeito incrivelmente poderoso no cérebro humano? Além de ser uma terapia, cantar, tocar um instrumento e simplesmente ouvir uma canção ativam várias áreas do cérebro que controlam a fala, o movimento, a memória e a emoção. Ou seja, a música pode surpreendentemente aumentar a massa cerebral, o que pode ajudar o cérebro a se reparar.

Estudos mostram que, para pessoas com Alzheimer, a música muitas vezes pode desencadear uma reação, ajudando os pacientes a acessar memórias que antes eram perdidas. Ou seja, pacientes que sofreram danos cerebrais podem conseguir cantar uma música quando ela é tocada.

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Dado esse efeito poderoso que a música tem no cérebro, os pesquisadores estão investigando se ela pode ser usada para tratar condições neurológicas diferentes – como um AVC ou o Mal de Parkinson.

Imagem de um cérebro sendo tocado por uma mão humana. Projeto brasileiro de mapeamento cerebral será financiado pela Chan Zuckerberg Initiative, do cofundador do Facebook
Imagem: PopTika/Shutterstock

Musicoterapia neurológica

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A musicoterapia neurológica funciona um pouco como a fisioterapia ou a fonoaudiologia, pois tem como objetivo ajudar a controlar sintomas. As sessões de terapia usam exercícios musicais ou rítmicos para ajudar as pessoas a recuperar as habilidades funcionais, como por exemplo pacientes que reaprendem a andar junto com um ritmo de música após sofrer um acidente ou um trauma.

Até agora, esse tipo de terapia tem se mostrado promissor em ajudar os sobreviventes de derrame a recuperar a linguagem, melhorar a caminhada e recuperar os movimentos físicos melhor do que outras terapias convencionais.

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Para tratar o mal de Parkinson, os pesquisadores têm usado uma técnica chamada exercícios de arrastamento rítmico, que consiste em usar a capacidade do cérebro de sincronização inconscientemente com uma batida. Um exemplo é caminhar a uma velocidade específica de música ou batida.

Doença de Huntington

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Os mesmos estudos também investigam se esse tipo de terapia pode tratar problemas cognitivos como os causados pela Doença de Huntington. Nessa condição, a musicoterapia neurológica se concentra na ativação e estimulação de áreas do cérebro que podem ter sido danificadas – como o córtex pré-frontal, uma área do cérebro responsável pelo planejamento, tomada de decisões, resolução de problemas e autocontrole. Isso pode envolver a alternância do paciente entre tocar dois tipos de instrumentos musicais ao ouvir uma mudança no ritmo da música que estão tocando.

A pesquisa descobriu que esses tipos de atividades melhoram a concentração e a atenção de pacientes. Isso teve um impacto positivo em seu bem-estar e diminuiu os sentimentos de depressão ou ansiedade.

celular tocando música
Imagem: Alexeysun/iStock

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Música e o cérebro

Mas como a musicoterapia neurológica funciona no cérebro de pessoas com doenças neurológicas? A música pode formar novas conexões cerebrais, “substituindo” as que foram danificadas. Ouvir música também melhora a reparação dos neurônios melhor do que outras atividades – como ouvir um audiolivro.

Essa ativação de múltiplas áreas do cérebro pode ser a razão pela qual a musicoterapia neurológica é mais bem-sucedida do que as terapias padrão. Dado que muitas condições neurológicas afetam as conexões no cérebro, a capacidade da música de ativar várias áreas simultaneamente pode ajudar a contornar essas conexões problemáticas e construir novas – permitindo que as pessoas superem certos sintomas, ou os gerenciem melhor.

Embora mais pesquisas ainda precisem ser feitas antes que a musicoterapia neurológica seja amplamente usada nos sistemas de saúde, os primeiros resultados de estudos mostram o quanto esse tratamento pode ser promissor.

Via Science Alert

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