Após voo com combustível sintético, Força Aérea Real britânica quer emissão zero em 2040

Força Aérea britânica anuncia plano para atingir emissão zero de carbono que inclui desenvolvimento de combustível sintético e adoção de aeronaves elétricas
Por Lucas Berredo, editado por Fábio Marton 26/11/2021 15h01
Avião da Força Aérea britânica movido a combustível sintético
Força Aérea Britânica/Divulgação
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A Força Aérea Real britânica (Royal Air Force, a famosa RAF) anunciou na terça-feira (23) que planeja reduzir seu rastro de carbono e atingir a emissão de zero líquido de CO2 até o ano de 2040.

Entre as medidas no plano anunciado pela RAF, estão o uso de combustíveis sustentáveis e sintéticos (SAF) para aeronaves, a atualização de equipamentos com alternativas elétricas ou movidas a hidrogênio, o desenvolvimento de aeronaves elétricas e a apresentação de estratégias ambientais.

“A mudança climática é um desafio transnacional que ameaça a resiliência global e nossa segurança e prosperidade compartilhadas”, disse o chefe da aeronáutica britânica, o marechal Sir Mike Wigston. “Estou determinado a enfrentar isso de frente e estabeleci para a RAF a ambiciosa meta de atingir a emissão zero [de gases-estufa] até 2040.”

Combustível é feito a partir de mistura com hidrogênio e carbono

O anúncio do plano vem após o estabelecimento de uma marca importante para a RAF. No início do mês, em conjunto com a Zero Petroleum, o braço aéreo do exército britânico fez o primeiro voo na história usando apenas combustível sintético. Como parte do projeto Martin, a aeronave ultraleve Ikarus C24 sobrevoou com sucesso um campo de aviação em Gloucestershire, oeste da Inglaterra, com combustível sintético UL91.

Segundo a RAF, o combustível é produzido a partir da extração de hidrogênio da água e carbono do CO2 encontrado no ar. Estes componentes são transformados em combustível sintético através de fontes renováveis, como a energia eólica e solar, economizando até 90% do carbono por voo sem afetar o desempenho da aeronave.

“O combustível sintético é, por si só, sustentável. Mas é um tipo muito particular de combustível sintético, porque é totalmente feito pelo homem. Portanto, é um produto industrial, feito com máquinas que ficam em uma fábrica, então o que isso traz é uma incrível eficiência, controle e autoridade sobre o processo”, explica Paddy Lowe, CEO da Zero Petroleum e ex-projetista de equipes tradicionais de Fórmula 1 como Mercedes e McLaren.

Em outra ponta do projeto Martin, a Força Aérea britânica também planeja substituir veículos a diesel por veículos eletrificados para atingir a meta de emissão zero. Além disso, a partir de um outro projeto, chamado Vital, o exército do Reino Unido quer “reduzir e recapturar carbono da atmosfera usando paredes de musgo, plantas e energia geotérmica e solar”.

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Redator(a)

Lucas Berredo é redator(a) no Olhar Digital

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Fábio Marton é redator(a) no Olhar Digital