A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) soltou uma nota nesta sexta-feira (26) recomendando restrições para passageiros vindos de seis países da África após a descoberta da nova variante da Covid-19. Ainda não há informações se o Governo Federal vai acatar a recomendação do órgão. 

O memorando chega por conta da nova variante da Covid-19, cujo os casos foram registrados no sul da África. Nesta sexta, diversos países do mundo, principalmente na Europa, anunciaram restrições contra viajantes de uma série de países do continente.

A Anvisa recomenda que sejam impedidos passageiros vindos especificamente de: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. Lembrando que essa é apenas uma recomendação, para passar a valer é necessário que o Ministério da Saúde e o Governo Federal acatem a medida.

Em contato com o Olhar Digital, o infectologista consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr.Julival Ribeiro, disse que considera a medida prudente e que todo cuidado contra a Covid-19 é bem-vindo. 

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“Acho que é uma medida preventiva que alguns países da Europa anunciaram e está altamente correta. O mundo é conectado, acho que essa variante pode chegar em qualquer lugar”, explicou o médico. “A gente ainda não sabe se essa nova variante da Covid-19 vai causar o que se espera, mas todo cuidado é pouco”, completou ainda.

Nova variante da Covid-19

Pesquisadores estão alertando sobre a descoberta da nova variante da Covid-19 que carrega uma quantidade “extremamente alta” de mutações do vírus. A B.1.1.529 foi detectada pela primeira vez em Botswana e até o momento apenas 10 casos foram confirmados.

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Segundo pesquisadores do Imperial College London, a preocupação é que essa Cepa, por conta de seu alto número de mutações em relação a versão do vírus descoberta originalmente, seja capaz de escapar da proteção concedida pela infecção pela Covid-19 ou até mesmo de algumas vacinas, mas isso ainda precisa ser confirmado. 

Três casos da Cepa foram identificados em Botswana, onde ela foi encontrada originalmente. No entanto, outros seis diagnósticos ocorreram na África do Sul e um em Hong Kong, de um viajante que voltava do país africano. Todos os casos foram confirmados por meio de sequenciamento genético.

O maior risco da nova variante é por conta das 32 mutações que ela possui na proteína Spike. É justamente essa parte do vírus que a maior parte das vacinas utiliza para que o sistema imunológico seja capaz de barrar a Covid-19. Ou seja, alterações nessas proteínas podem ser potencialmente perigosas. 

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