Um estudante de graduação pela Universidade do Oregon, nos EUA, descobriu uma nova espécie de tigre-dentes-de-sabre – classificada como Eusmilus adelosgraças a um fóssil que já estava em exibição há décadas no Museu Smithsonian de História Natural.

O fóssil vinha sendo exibido há décadas pela instituição, mas finalmente foi recolhido de seu display em 2017. Foi aí que Paul Barrett, o universitário em questão, conseguiu acessá-lo para uma análise mais aprofundada.

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Imagem mostra o fóssil da nova espécie de tigre-dentes-de-sabre, o Eusmilus adelos
Nova espécie de tigre-dentes-de-sabre desafia consenso científico de evolução do felino pré-histórico (Imagem: University of Oregon/Divulgação)

Segundo o registro, o animal tinha dentes longos e afiados – como se espera de um ser desse tipo -, mas neste caso, os dentes eram consideravelmente maiores que a média, considerando que o fóssil data de 33 milhões de anos atrás. A cabeça também é mais proeminente, confirmando tratar-se de uma nova espécie de tigre-dentes-de-sabre.

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“Pela época em que viveu, esse animal era consideravelmente maior que a média”, disse Barrett, comparando sua descoberta ao tamanho de um leão moderno.

Segundo o paper escrito pelo estudante, o Eusmilus adelos é parte dos nimravídeos, também conhecidos como “falsos dentes-de-sabre”. Basicamente, os nimravídeos são uma vertente evolucionária paralela aos smilodons – estes são os dentes de sabre mais famosos. A grosso modo: não são felinos nem o mesmo tipo de animal, mas são relacionados. Os Nimravídeos, contudo, eram comumente menores – mais ou menos do tamanho de um lince ou de um puma.

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“Historicamente, nossa ideia sobre os nimravídeos é a de que eles evoluíram para terem dentes mais evidentes até a sua extinção, dando espaço para os smilodons virem em seguida”, disse Barrett.

Entretanto, a nova espécie desafia esse entendimento: o Eusmilus adelos tem… bem… tudo maior. Além dos dentes e crânio, as patas são mais grossas e o tronco, mais alongado. Isso fez Barrett repensar a trajetória evolucionária da espécie: ele diz que os nimravídeos se dividiram em dois subgrupos antes da extinção – um com dentes mais protuberantes, outro que evoluiu para algo mais parecido com o gato moderno.

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A ideia faz sentido, considerando que o mesmo viria a acontecer milhões de anos mais tarde: os smilodons também se separaram em grupos distintos, com um deles apresentando uma dentição diferente, por exemplo.

A grosso modo, o entendimento inverte a impressão que temos dos nimravídeos. Anteriormente, acreditava-se que eles eram “parecidos com os gatos”. Na verdade, os gatos é que são parecidos com eles.

O paper com as conclusões detalhadas foi publicado no jornal Scientific Reports.

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