Existem apenas três deles no mundo, e um deles agora pode mudar de mãos. O protótipo Bugatti EB 112 foi anunciado no site de vendas de hipercarros alemão Schaltkulisse.

O EB 112 foi um sonho que não decolou. Projetado pelo venerável designer Giorgetto Giugiaro, criador do Volkswagen Golf de primeira geração, do Lotus Espirit e do DeLorean, acabou vítima de uma fase complicada para a empresa e para a economia mundial.

A diferença de protótipo para conceito é que protótipo é um modelo sério e funcional de veículo com intenção de produção, enquanto conceito é uma fantasia, um exercício de visão do futuro, que raramente vai parar nas concessionárias e às vezes nem pode andar.

O modelo apresentado em 1993 no Salão de Genebra é um super sedan movido por um V12 de 6 litros, com 450 cv, montado na posição entre eixos. Isso poderia levar o EB 112 de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos e atingir uma máxima de 300 km/h – ou é o que os criadores esperavam da versão de produção.

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O que fez o protótipo da Bugatti não entrar em linha

Foi um caso de histórico de passar a carroça na frente dos burros – ou passar o protótipo na frente das vendas. O EB 112 foi parte de uma tentativa frustrada de ressuscitar a marca, que estava morta desde 1963, quando foi vendida para a Hispano-Suiza – outra marca de carros extinta, que então sobrevivia como uma indústria de aviões.

O empreendedor italiano Romano Artioli havia refundado a Bugatti em 1987 e apresentado ao mundo em 1991 o supercarro EB 110, também um projeto de Giugiaro.

Esse seria fabricado em massa, mas não muito. O EB 110 – e, com ele, essa encarnação da Bugatti – não se sairia bem.

Apesar de ter um baita garoto-propaganda no campeão da F1 Michael Schumacker, que adquiriu um em 1994, só chegaria nos EUA no fim da década, durante uma recessão econômica. Só 139 unidades acabariam vendidas e Artioli venderia a marca para a Volkswagen em 1998, dando início à Bugatti que segue até hoje.

Ainda assim, a marca da Volkswagen só decolaria mesmo em 2005, com o hipercarro Veryon se tornando um dos maiores ícones da década.

Não é mistério, então, por que o EB 112 nunca tenha dado em nada. O protótipo à venda foi criado pelo estúdio Italdesign, de Giorgeto Giugiaro, enquanto os outros dois saíram da fábrica de Artioli na Itália.

Registra bem testados 4 mil km no odômetro, o que significa que é bem funcional. O preço não foi revelado.

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