A sonda ExoMars Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia, conseguiu encontrar quantidades descritas como “significativas” de água no solo de Marte. O instrumento analisou uma cratera formada pela erosão (na qual os pesquisadores acreditam que passou por um processo semelhante ao ocorrido com o Gran Canyon) para mapear o elemento.

A detecção ocorreu com um uso de uma tecnologia chamada de Detector de Nêutrons Epitérmicos de Resolução Fina, uma ferramenta capaz de encontrar amostras de hidrogênio a quase um metro de profundidade da superfície. 

“Com o Trace Gas Orbiter podemos olhar até um metro abaixo dessa camada empoeirada e ver o que realmente está acontecendo abaixo da superfície de Marte — e, crucialmente, localizar ‘oásis’ ricos em água que não puderam ser detectados com outros instrumentos”, explicou Igor Mitrofanov, cientista chefe do telescópio FREND, em um comunicado.

Sonda em Marte (Imagem: Nasa)

Água em Marte

A maior parte da água encontrada está no fundo dessas crateras em Marte e permanece congelada. A região é chamada de Valle Mariners e, apesar da semelhança, os cânions chegam a ser 20 vezes mais largos que os presentes no Grand Canyon. Além disso, o local apresenta temperaturas baixas o suficiente para o gelo se manter.

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“FREND revelou uma área com uma quantidade invulgarmente grande de hidrogênio no colossal sistema de cânion Valles Marineris: assumindo que o hidrogênio que vemos está ligado às moléculas de água, até 40% do material próximo à superfície nesta região parece ser água”, completou Mitrofanov.

“Encontramos uma parte central de Valles Marineris em Marte cheia de água — muito mais água do que esperávamos. Isso é muito parecido com as regiões de permafrost da Terra, onde o gelo de água persiste permanentemente sob o solo seco por causa das baixas temperaturas constantes”, Alexey Malakhov, cientista sênior do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia Russa de Ciências.

O ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) foi lançado em 2016 em uma parceria da ES com a Roscosmos.

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