Uma nova espécie de pangolim foi descoberta graças a um fóssil encontrado em Grăunceanu, um sítio paleontológico de alto valor localizado no vale do rio Oltet, na Romênia. Segundo os especialistas, a existência do animal já era especulada, mas o fóssil – um osso do úmero – confirma sua existência dentro do início do Pleistoceno (entre 2,59 milhões e 11,7 mil anos).

O sítio é parte de uma região que vem sendo amplamente estudada devido à sua riqueza de fósseis. O vale do rio Oltet é permeado por locais do tipo, descobertos em sua maioria nos anos 1960 devido a deslizamentos de terra ocorridos na área. O mesmo sítio já nos levou a outras descobertas interessantes, como uma girafa de pescoço curto e tigres dentes-de-sabre.

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Fóssil encontrado na Romênia levou à descoberta de nova espécie de pangolim
Fóssil encontrado na Romênia levou à descoberta de nova espécie de pangolim (Imagem: Claire Terhune/Universidade do Arkansas/Reprodução)

De acordo com Claire Terhune, professora adjunta de Antropologia na Universidade do Arkansas, a descoberta do “novo” pangolim tem um significado interessante, uma vez que fósseis deste animal são bastante raros. “É apenas um osso, mas é uma nova espécie de um animal ligeiramente estranho. Estamos orgulhosos disso porque o registro histórico dos pangolins é bastante espaçado. Esse acontece de ser o mais jovem pangolim descoberto na Europa, além de ser o único do tipo que remonta ao Pleistoceno”.

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Ela conta que a teoria da existência do animal vem de trabalhos arqueológicos dos anos 1930, citando alguns fósseis encontrados na época. Entretanto, todos os registros e os fósseis em questão foram perdidos, levando pesquisadores futuros a duvidarem da validade dessa especulação. “Agora, nós temos certeza de que os pangolins estavam presentes na Europa há cerca de 2 milhões de anos”.

Pangolins são mamíferos de pele escamosa que, infelizmente, correspondem a uma das espécies mais afetadas pelo tráfico de animais silvestres no mundo. Eles são encontrados em regiões semi áridas na Ásia e África. Segundo a ONG World Wildlife Fund, todas as oito espécies modernas de pangolins estão classificadas entre “vulnerável” e “criticamente ameaçada” na escala que mede o risco de extinção de animais.

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Em um aspecto, eles são muito parecidos com os tatus, inclusive em sua forma de defesa: a fim de protegerem-se de ataques às suas barrigas macias, os pangolins se enrolam como se fossem uma bolinha, cobrindo por completo seus corpos em suas carapaças feitas de queratina (mesmo material das unhas humanas). Desta ação é que deriva o nome: “pangolim” vem da palavra malaia “penggulung”, que se traduz para “rolo”.

Eles são animais bastante híbridos, migrando entre densas florestas, savanas e desertos sem muita dificuldade. Isso se reflete em suas moradias: algumas espécies constroem tocas em árvores ocas, enquanto outras preferem buracos no chão – há ainda algumas que misturam os dois tipos. O maior pangolim pode chegar a 1,80 metro (m) e pesar em torno de 30 a 40 quilogramas (kg).

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O fóssil descoberto tem entre 1,9 milhão e 2,2 milhões de anos. Sua identificação fez com que especialistas retificassem um consenso antigo de que os pangolins teriam desaparecido do registro paleontológico europeu há 10 milhões de anos, empurrados para regiões mais tropicais devido a tendências climáticas mais frias.

O estudo sobre a nova espécie de pangolim – agora classificada “Smutsia olteniensis“, foi publicado no jornal científico Journal of Vertebrate Paleontology.

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