Uma nova janela de oportunidade para a representatividade feminina em 2022

Por Letícia Piccolotto, editado por André Lucena 18/01/2022 13h06, atualizada em 18/01/2022 13h08
Mulher trabalhando
Mulher trabalhando. Créditos: GitaFoto/Shutterstock
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O ano de 2022 traz uma oportunidade extraordinária para a agenda de equidade da de gênero no Brasil. Em alguns meses, escolheremos representantes para os Poderes Executivo -presidência e governos estaduais- e Legislativo -senadores e deputados. Serão mais de 560 cargos -e oportunidades- para eleger mais mulheres para os cargos de liderança política no país.

O tema é urgente e, embora tenham ocorrido avanços fundamentais nos últimos anos, especialmente com medidas para ampliar o número de candidaturas femininas, somente 12,32% dos 70 mil cargos eletivos do país são ocupados por mulheres – o que resulta em exatos 8.624 mandatos.

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A verdade é que a sociedade brasileira tem falhado cotidianamente em tornar a política um espaço para a participação feminina.

E é sempre importante ressaltar que a baixa participação de mulheres não está limitada apenas à política. Em várias esferas da sociedade, a desigualdade de gênero continua se intensificando.

Hoje, apenas 3% das 250 maiores empresas do Brasil têm mulheres como CEOs, e menos de 20% conta com a participação de representantes do sexo feminino no quadro executivo, de acordo com uma pesquisa da Bain & Company em parceria com o LinkedIn. Mesmo em um ecossistema inovador, como o de startups, menos de 16% desses negócios no país contam com mulheres à frente, segundo dados da ABStartups.

Isso ocorre por diversos motivos, muitos deles relacionados aos estereótipos de gênero: são as crenças de que há papéis que devem, obrigatoriamente, ser desempenhados por mulheres – por exemplo, o cuidado com os filhos ou com as tarefas domésticas – ou que algumas atividades são melhor desempenhadas por homens.

Além disso, temos desafios relacionados à autoconfiança e autopercepção das mulheres. Segundo uma pesquisa da Harvard Business School, mulheres só chegam no patamar de autoconfiança dos homens após os 40 anos.

Uma maior participação feminina na política é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Para além de representar a garantia do direito à representatividade, mais mulheres em posições de poder podem influenciar a construção e implementação de políticas públicas que beneficiem os diferentes setores da sociedade e que tragam consigo a perspectiva de gênero.

Um novo ano traz também uma nova janela de oportunidade para avançar alguns passos nessa agenda, ampliando a eleição de mulheres para cargos de liderança na política. Toda a sociedade tem a ganhar com uma maior representatividade feminina e com a contribuição que as mulheres já demonstram nas mais diversas áreas de atuação.

*Letícia Piccolotto é Presidente Executiva da Fundação BRAVA (www.brava.org.br) e fundadora do BrazilLAB

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Criadora do BrazilLAB, primeiro hub de inovação GovTech do Brasil.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.

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