O Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA está testando o uso de cães-robô no patrulhamento das fronteiras do país, segundo documento emitido pelo próprio órgão que detalha o uso de produtos da Ghost Robotics, concorrente direta da Boston Dynamics e mais reconhecida no meio militar — é dela o “cão-robô com rifle sniper” sobre o qual escrevemos há alguns meses.

De acordo com o documento, disponível em um blog da própria agência, diversos modelos do cão-robô “Ghost Vision 60” “tiveram sucesso” em caráter de avaliação de patrulhamento da fronteira dos EUA. Segundo o blog, o projeto vai continuar, mas não há informação sobre uma adoção definitiva.

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O uso de cães-robô na fronteira dos EUA vem se tornando mais comum, com testes feitos por órgãos de defesa afirmando sucessos repetidos em suas avaliações
O uso de cães-robô na fronteira dos EUA vem se tornando mais comum, com testes feitos por órgãos de defesa afirmando sucessos repetidos em suas avaliações (Imagem: DHS/Divulgação)

“A fronteira ao sul pode ser um lugar inóspito para homens e animais, e é exatamente por isso que  uma máquina pode ter excelência na região”, disse Brenda Long, gerente de programas da Diretoria de Ciência e Tecnologia (S&T), o braço de pesquisa do departamento. “Essa iniciativa da S&T se concentra em veículos autônomos de vigilância de solo, ou, como os chamamos, ‘AGSVs’”.

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O Ghost Vision 60, segundo sua ficha técnica, tem 76 centímetros (cm) de altura e pesa pouco mais de 30 quilogramas (kg). Seu design é bastante parecido com o do Spot — seu principal concorrente —, mas ao contrário do “cão amarelo” da Boston Dynamics, o produto da Ghost Robotics pode ser adaptado para aplicações militares, e pode viajar por mais de 12 quilômetros (km) com uma única carga de bateria.

Vale lembrar que os modelos em teste pelo DHS não estão armados. Suas adaptações incluem câmeras infravermelhas e de visão noturna, bem como uma série de sensores, trafegando por rotas pré-estabelecidas de GPS e podendo inspecionar veículos — até mesmo o assoalho de automóveis mais altos pode ser acessado pelo robô, cujas pernas dobráveis lhe permitem se locomover quase encostado ao chão.

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Não é a primeira vez que cães-robô são testados na fronteira dos EUA ou mesmo de outros países: soldados do exército americano já avaliaram o Spot, da Boston Dynamics, em situações similares — o mesmo pode ser dito da polícia francesa. Em ambos os casos, reclamações como controles erráticos durante o comando manual foram constantes, além do consumo alto de bateria e alguns modelos caindo ao chão sem motivo. Algumas dessas complicações também apareceram no Ghost Vision 60, mas o blog do DHS não ressaltou quais.

O blog comparou o uso de cães-robô na fronteira dos EUA com o uso de drones militares, chamando-os de “multiplicadores de força que podem complementar o trabalho de agentes humanos”. Evidentemente, alguns grupos de direitos humanos não gostaram da notícia, chamando a ação de “desumanizante” — entretanto, esses mesmos grupos ressaltam que o uso dos robôs pode ajudar na redução de abusos de direitos humanos — uma investigação de 2021 acusou 160 agentes de fronteira de abusar fisicamente e sexualmente de pessoas que pediram asilo em fronteiras de alguns países, como os EUA.

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