Coifa do foguete New Glenn é aprovado em testes da Blue Origin

Primeiro veículo de classe orbital da empresa de Jeff Bezos teve testada a sua capacidade de separação e entrega de carga, segundo tuíte
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 03/02/2022 15h46, atualizada em 03/02/2022 16h35
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Imagem: Blue Origin/Divulgação
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A Blue Origin, empresa aeroespacial fundada pelo bilionário Jeff Bezos, testou com sucesso as capacidades de separação e entrega de carga no espaço da coifa do foguete New Glenn, segundo anunciou a própria empresa no Twitter.

O New Glenn será o primeiro foguete de classe orbital da Blue Origin, e poderá levar cargas de até 45 toneladas para a baixa órbita da Terra e quase 14 toneladas para a órbita geoestacionária do planeta. Esses números são relativamente similares aos foguetes Falcon Heavy, da concorrente SpaceX.

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O teste da coifa (ou “cone do nariz”, peça que protege a carga na ponta do foguete durante a subida) envolveu acionar os separadores que ejetam as duas metades da peça, expondo a carga, um satélite ou algo do tipo, ao espaço. Além de garantir a separação, a Blue Origin também precisa se certificar que as duas metades se afastem o suficiente do foguete para evitar o “recontato”, ou seja, colidam com ele, o que pode causar danos catastróficos.

Comparado ao seu principal concorrente, o foguete New Glenn tem algumas vantagens: com pouco menos de 100 metros (m) de altura, ele aposta em um design de núcleo único, enquanto o Falcon Heavy é multi-núcleo, com três primeiros estágios do Falcon 9 trabalhando lado a lado E mesmo com um conjunto supostamente menor, o New Glenn entrega quase a mesma potência.

No que tange à praticidade do design, o New Glenn se assemelha mais ao Falcon 9, o mais “fraquinho” dos três foguetes da SpaceX (considerando que o Super Heavy ainda não fez sua estreia, convenhamos). Assim como na empresa de Elon Musk, o foguete conta com um primeiro estágio reutilizável, um segundo estágio dispensável e a maior coifa de material composto do mundo — também dispensável.

O teste foi realizado no Glenn Research Center’s Armstrong Test Facility Space Environments Complex da NASA, onde a agência espacial estadunidense conta com uma câmara de vácuo capaz de simular as condições enfrentadas por um foguete em sua subida pela atmosfera. Segundo a Blue Origin, esse teste não seria possível em nenhuma outra estrutura.

Ainda teremos que esperar um tempinho antes de vermos o New Glenn em toda a sua glória. Especulações indicam que o primeiro voo de teste só deve acontecer em algum momento de 2023. A Blue Origin, no entanto, já comentou no passado a intenção de lançar o New Glenn “a partir do final de 2022”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital