Uma pesquisa encomendada pela NASA sugere enviar uma nave para longe da Terra, a fim de medir o quociente de “força galática” e, com isso, estabelecer uma forma mais simples de se encontrar a elusiva matéria escura.
O interessante é que nós já conhecemos a “força galática” — nome atribuído à soma resultante de toda a força gravitacional da matéria comum e da matéria escura. De acordo com o estudo, nós já sabemos como calcular esse número, mas precisamos dos dados corretos para isso.
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Como já falamos em outras matérias, a matéria escura compõe algo entre 25% e 27% do universo conhecido e, assim como um buraco negro, a luz não interage com ela. Por essa razão, não se pode observar a matéria escura diretamente, e sua detecção depende muito do quanto ela influencia objetos ao seu redor.
Segundo Edward Belbruno e Jim Green, os co-autores do estudo, a NASA poderia enviar uma nave a uma distância de 100 unidades astronômicas (UAs) — ou seja, 100 vezes a distância entre a Terra e o Sol — e, uma vez atingida a distância desejada, soltaria uma esfera reflexiva capaz de detectar somente a força galática.
“A nave em si estaria sujeita à força galática e também a forças térmicas dos isótopos radioativos em seu núcleo, então se subtrairmos a força térmica, os pesquisadores poderiam avaliar como a força galática se relaciona com os desvios de trajetória entre a esfera e a nave”, disseram os autores, ressaltando o uso de lasers para identificar esses desvios.
A missão proposta no estudo é hipotética, ao menos por enquanto, mas seria uma forma viável de se estudar a matéria escura com precisão. Evidentemente, ela não seria a única a fazê-lo: os (bem reais) telescópios espaciais James Webb e Nancy Grace Roman (NASA), bem como o telescópio Euclid, da agência espacial europeia (ESA), também dedicarão parte de suas capacidades para estudar o elusivo componente do universo.
Ainda assim, Belbruno diz que “se você pudesse enviar uma nave para o espaço profundo para detectar a matéria escura, isso seria uma descoberta e tanto”.
O estudo completo está disponível no jornal científico Monthly Notices on the Royal Astronomical Society.
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