Mais uma startup está prometendo “limpar o espaço”

E-Space foi fundada por Greg Wyler, especialista em satélites que já comandou a OneWeb e quer lançar 100 mil satélites coletores em 2023
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 08/02/2022 18h33, atualizada em 09/02/2022 09h53
Lixo espacial em órbita da Terra
Imagem: Dotted Yeti / Shutterstock
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O lixo espacial vem se tornando um problema causado por muita gente, e que atrapalha muita gente. Consequentemente, há mais gente querendo acabar com o problema: Greg Wyler é uma dessas pessoas — o empresário, veterano no ramo de satélites e ex-líder da OneWeb, fundou a E-Space, uma startup que promete “limpar o espaço” de destroços e objetos que ameaçam naves e observações astronômicas na baixa órbita da Terra (LEO).

O método pode gerar algum questionamento — o empreendedor disse que a startup lançará “seus primeiros satélites de teste” em março, com produção em massa prevista para 2023 e uma meta de 100 mil satélites.

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Greg Wyler já foi eleito a figura mais poderosa da indústria de telecom em 2017, durante sua liderança da OneWeb. Agora comandando uma nova startup, empreendedor veterano dos satélites quer limpar o espaço
Greg Wyler já foi eleito a figura mais poderosa da indústria de telecom em 2017, durante sua liderança da OneWeb. Agora comandando uma nova startup, empreendedor veterano dos satélites quer limpar o espaço. Imagem: OneWeb/Divulgação

O anúncio no site da empresa fala sobre como ela chegou ao objetivo de US$ 50 milhões (R$ 263,14 milhões) em investimentos — a maior parte vinda da Prime Movers Lab — para desenvolver “a mais sustentável rede de satélites na história e alavancar uma nova era de aplicações baseadas no espaço”.

Onde entraria a “limpeza” nisso, você pergunta?

“Em um mundo onde satélites se tornaram poluidores do espaço, os novos sistemas da E-Space terão o dobro do padrão mínimo de sustentabilidade à medida em que eles vão — ativamente e sacrificialmente — capturar e remover da órbita os pequenos destroços espaciais mesmo enquanto executam suas funções como satélites de comunicação”, diz trecho do comunicado.

Em outras palavras: são satélites de rede integrada (algo que Wyler entende bem: além da OneWeb, ele já liderou a O3b Networks) com alguma função coletora adicional.

“Uma das melhores formas de entender e gerenciar a Terra é do espaço”, disse Wyler. “Nós criamos a E-Space para permitir a coleta contínua de dados sobre o nosso planeta em tempo real, por meio de sensores e dispositivos por todo o mundo, a fim de combater o aquecimento global e aprimorar as nossas redes elétricas. Mais importante, nós empregamos a sustentabilidade em tudo o que fazemos. Desenhamos nossos sistemas para não só prevenir a geração de destroços espaciais, mas ativamente reduzir destroços já existentes para que gerações futuras sejam capazes de acessar o poder do espaço”.

A startup que almeja limpar o espaço de satélites usando mais satélites se compara à Amazon Web Services (AWS), no sentido de que a empresa de serviços de internet permitiu “uma nova geração de serviços por várias indústrias em uma estrutura em cloud quase infinita e de baixo custo”. Nesta comparação, a E-Space vai “ajudar governos e grandes empresas a construir aplicações espaciais de forma que seja mais leve ao capital”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital