Um time de astrônomos da Iniciativa de Estudos Evolucionários identificou um “tipo muito raro” de estrela binária — nome dado a duas estrelas orbitando uma a outra — extremamente pulsante, com alta capacidade magnética e cuja orientação faz com que uma se sobreponha à outra, em uma perspectiva de visão da Terra.
Para isso, um novo modelo analítico foi gerado ao concentrar em um só lugar todas as medidas anteriores, grandemente ampliando a capacidade dos astrônomos de observarem e analisarem exoplanetas e, claro, estrelas distantes.
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“Poder combinar todas as diferentes medidas e avaliações disponíveis em uma única e coerente análise foi certamente essencial para podermos decifrar as características incomuns desse sistema estelar”, disse Keivan Stassun, chefe da iniciativa, autor primário do estudo e Professor de Astronomia e Física.
De acordo com o especialista, esse tipo de estrela binária é tão raro que ninguém o viu até hoje e ninguém sequer pensaria em procurar por ele.
As características incomuns é que tornam essa uma descoberta bastante interessante: a orientação “eclipsada” das estrelas do sistema, batizado de HD 149834, permite que os estudiosos calculem suas massas e luminosidades.
Mais além, o fato desse sistema de estrelas binárias ser extremamente pulsante — o que altera sua luminosidade e tamanho — faz com que astrônomos identifiquem processos ocorrendo dentro delas. Obviamente, estrelas pulsantes não são novidade, mas no caso de sistemas binários, apenas dois tipos foram identificados, mutuamente exclusivos: onde um ocorre, o outro não existe.
A nova descoberta, porém, apresenta características dos dois. “Qualquer um dos dois padrões de pulsação já são, por si só, raros. Uma estrela binária que exiba um comportamento híbrido entre os dois, então, é ainda mais incomum”, disse Stassun, ressaltando também uma outra curiosidade — o campo magnético poderoso que é incomum a esse tipo de estrela.
“A descoberta dessa estrela binária tão rara e eclipsada oferece um campo fantástico de testes para entendermos como sistemas binários evoluíram ao longo do tempo”, disse Dax Feliz, estudante de graduação sob tutela de Stassun e co-autor do paper. “Conforme a missão TESS continua a observar grandes pedaços do céu, sistemas estelares como o HD 149834, que estão localizados em grupos estelares maiores, podem nos ajudar a ampliar nossa compreensão da evolução das estrelas”.
Os detalhes do estudo foram publicados no Astrophysical Journal.
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