Cientistas australianos usaram uma instalação de luz síncrotron do tamanho de um campo de futebol, localizada na Universidade de Saskatchewan, no Canadá, para examinar grãos individuais de arroz, buscando ajudar a aumentar a segurança alimentar global, o valor nutricional e a segurança alimentar dos grãos de cereais.

Segundo os pesquisadores, ao estimar o perfil de nutrientes de centenas de variedades de arroz, a pesquisa ajudará a produzir arroz mais nutritivo, e levará a resultados de saúde mais positivos no mundo entre estudos concluídos e em desenvolvimento.

publicidade
Vito Butardo (em primeiro plano) cultivando grãos de arroz com membros da equipe de pesquisa, Qurrat Ain, Arash Jamalabadi e Achini Herath (da esquerda para a direita). Imagem: Universidade de Tecnologia de Swinburne

Vito Butardo, líder da pesquisa, diz que as descobertas não se limitam ao arroz e, sim, podem ser aplicadas em uma variedade de grãos — trigo, cevada, aveia e milho, por exemplo — para criar culturas mais nutritivas em todo o mundo.

“Nosso estudo pode ser usado imediatamente por empresas australianas e internacionais para ajudar os consumidores a fazer escolhas mais saudáveis na hora de comprar, cozinhar e comer arroz”, declarou Butardo. “Com o tempo, podemos selecionar e criar arroz que tenha um menor índice glicêmico (GI), maior concentração de micronutrientes — como ferro e zinco — e menos elementos como chumbo, mercúrio ou cádmio”.

publicidade

Leia mais:

Pesquisa com arroz pode ajudar na alimentação de desnutridos e obesos

Os cientistas liderados por Butardo estão entre os primeiros pesquisadores australianos a ter acesso à Canadian Light Source, uma instalação de luz síncrotron que acelera elétrons em um campo magnético de loop próximo para produzir luz mais brilhante que um milhão de sóis.

publicidade

A instalação síncrotron pode ser controlada remotamente por Butardo e sua equipe em seu laboratório em Melbourne, na Austrália, para determinar o perfil nutricional e de segurança dos grãos. A análise bioquímica regular envolve transformar grãos de arroz em pó e pode levar horas ou dias para obter resultados completos.

Já a análise detalhada pelo síncrotron pode levar apenas alguns minutos, permitindo que a equipe examine a superfície rica em nutrientes de centenas de grãos e ajude a determinar a localização exata dos compostos promotores de saúde no arroz.

publicidade

Essa abordagem pioneira, não destrutiva e de alto rendimento, segundo seus autores, tem ampla aplicação em comunidades que consomem arroz, tanto as que consomem menos quanto as que consomem mais.

“Entender melhor os grãos nos ajudará a criar alimentos mais nutritivos para todos, seja garantindo que os desnutridos estejam recebendo um bom equilíbrio de macro e micronutrientes, ou ajudando aqueles com excesso de alimentação a aumentar a ingestão de micronutrientes, o que pode ser um problema para indivíduos com sobrepeso e obesos”, diz ele.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!