Quase um mês depois do teste do míssil balístico de alcance intermediário Hwasong-12, a maior arma do tipo lançada desde 2017, a Coreia do Norte teria realizado mais um disparo na noite de sábado (26), já manhã de domingo no país asiático.

Com as atenções da mídia mundial voltadas às tensões entre a Rússia e a Ucrânia, a capital norte-coreana Pyongyang teria retomado os testes que vem realizando com frequência — desde o começo do ano, já foram realizadas oito séries de lançamentos de diversos tipos de armamentos. 

Desde o começo de 2022, a Coreia do Norte já fez oito séries de lançamentos de diversos tipos de armamentos. Imagem: Hotsum / Shutterstock

As informações são do Ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, em pronunciamento televisionado, e do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (grupo de chefes de cada um dos principais ramos das forças armadas do exército sul-coreano), em nota.

“Houve lançamentos frequentes desde o início do ano, e a Coreia do Norte continua a desenvolver rapidamente a tecnologia de mísseis balísticos”, disse Kishi, “A Coreia do Norte ameaça a segurança do Japão, da região e da comunidade internacional”.

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Segundo a JCS, o míssil de domingo voou a uma altitude máxima de cerca de 620 km, com alcance de 300 km.

Analistas afirmam que os dados de voo não coincidiram com os testes anteriores, e sugeriram que poderia ser um míssil balístico de médio alcance disparado em uma trajetória “elevada”.

EUA condena lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte

De acordo com o Comando Indo-Pacífico do exército dos EUA, o governo Joe Biden condenou o último lançamento, feito em 31 de janeiro, e solicitou à Coreia do Norte que cesse os atos desestabilizadores. Na ocasião, o Hwasong-12 voou a uma altitude de cerca de 2 mil km, com alcance de quase 800 km, encerrando um mês recorde de lançamentos de mísseis de curto alcance.

Contrariando as sanções impostas pelas Nações Unidas, ao mesmo tempo em que enfrenta os impactos de uma crise econômica agravada pelo fechamento do país, em uma ação ligada à pandemia da Covid-19, o regime continua aprimorando seu arsenal balístico.

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Segundo a agência de notícias Reuters, o teste ocorre a menos de duas semanas da eleição presidencial na Coreia do Sul, quando se enfrentarão Lee Jae-myung, candidato apoiado pelo atual presidente Moon Jae-in, e o conservador Yoon Seok-yeol, que é a favor de um endurecimento nas relações com o Norte. Ele defende que o país deve realizar um “ataque preventivo” contra Pyongyang, relacionado ao programa nuclear do líder norte-coreano Kim Jong-un.

Na última semana, Seok-yeol afirmou que a Coreia do Norte poderia usar, além da eleição, a atenção dada à crise na Ucrânia como uma “oportunidade para lançar suas próprias provocações”.

Ainda em relação à guerra na Ucrânia, Ri Ji-song, pesquisador ligado ao governo norte-coreano, divulgou um artigo afirmando que a “arbitrariedade dos EUA está na base do conflito”. Ele acusa o país de “apenas buscar a hegemonia global e a supremacia”, deixando de lado “as legítimas demandas da Rússia por sua segurança”.

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