Diversas nações em todo o mundo estão preocupadas com os efeitos econômicos dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia. Aqui no Brasil, no entanto, de acordo com a secretaria do Tesouro Nacional, não há motivo para temer a volatilidade do mercado financeiro provocada pela guerra. 

Segundo Paulo Valle, secretário do Tesouro Nacional, “o alto volume de reservas internacionais e as poucas dívidas em dólar” tornam o Brasil preparado para enfrentar a situação. Para Valle, ainda é cedo para pensar em leilões extraordinários da dívida pública para segurar o mercado.

Paulo Valle, secretário do Tesouro Nacional, não vê motivos para preocupações financeiras do Brasil perante à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Imagem: Pedro França/Agência Senado

No fim da tarde de quinta-feira (24), a bolsa caiu cerca de 1,5%, depois de recuar mais de 2% durante o dia. O dólar comercial, que foi fechado em R$ 5 na quarta-feira (23), chegou a atingir R$ 5,15 por volta das 15h de quinta, dia em que se confirmaram os primeiros ataques. Neste domingo (27), a cotação está em R$ 5,16.

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Segundo o Tesouro Nacional, Brasil tem US$ 350 milhões de reserva internacional

“É importante lembrar a posição em que o Brasil se encontra. Em termos de dívida pública, estamos em situação muito confortável”, declarou Valle. “A gente tem só 5% da dívida em dívida externa, e a participação do estrangeiro [na dívida interna] no Brasil é de pouco mais de 10%. A gente tem 100% da necessidade de financiamento de 2022 em caixa e mais de US$ 350 bilhões de reserva internacional. O Brasil está bem estruturado para alguma volatilidade internacional”, afirmou.

De acordo com a Agência Brasil, quanto a eventuais leilões do colchão da dívida pública, tipo de medida tomada em momentos de turbulência extrema no mercado financeiro, o secretário comentou que o Tesouro só poderá tomar qualquer decisão depois de aguardar como o conflito vai se desenrolar e se haverá impactos em outros países.

“O Tesouro está com o caixa confortável. A gente acompanha o mercado permanentemente. Estamos atentos e tomaremos as medidas que forem necessárias. Mas, neste momento, acho que está cedo e que estamos bem posicionados”, disse o secretário.

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