Novata Rivian tem pretensões de dominar 10% das vendas de mercado de carros elétricos até 2030

CEO da Rivian coloca meta ousada de reter 10% das vendas globais de carros elétricos até 2030; montadora, porém, ficou aquém do esperado em 2021
Por Lucas Berredo, editado por Fábio Marton 01/03/2022 10h34
Rivian R1T: montadora espera ter 10% das vendas globais de EVs em 2030
Jarlat Maletych/Shutterstock
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A Rivian planeja construir, até 2030, um portfólio que permita à empresa ter 10% das vendas globais no mercado de carros elétricos. A ousada declaração foi dada pelo CEO R.J. Scaringe durante conferência da Wolfe Research na última quinta-feira (24).

“Estamos progredindo”, disse o executivo, sobre a confiança para produzir mais veículos neste ano. “A planta [em Normal, no estado do Illinois] está começando a crescer bem.”

No ano passado, a Rivian produziu 1.015 unidades, ficando aquém da meta de 1.200 devido a restrições na cadeia de suprimentos. Sobre a questão, a crise de semicondutores, na visão de Scaringe, ainda é o principal entrave para o sucesso da startup californiana.

Antes, o executivo também havia atrelado os desafios de produção à pandemia de Covid-19 e problemas de curto prazo, como a construção de módulos de bateria elétrica. Ao menos no último aspecto, em compensação, Scaringe afirma que a Rivian conseguiu substituir chipsets em certas peças por outros mais fáceis de obter, o que deve acelerar a produção.

Segundo a Bloomberg, a Rivian ainda aumentou a produção para 200 veículos semanais — antes era de 50 —, além de uma linha de montagem especialmente dedicada à fabricação das vans da Amazon. Neste sentido, vale lembrar que a empresa fundada por Jeff Bezos possui 20% de participação na startup americana e espera a fabricação de 100 mil furgões elétricos de entrega até 2025.

Produção interna de células de bateria e nova fábrica

Ainda na quinta-feira (24), Scaringe falou sobre os planos de produzir as células de bateria internamente — hoje, as baterias da Rivian são fornecidas pela Samsung SDI. A linha-piloto será provavelmente montada na Coreia do Sul. “Não é uma escolha, é uma exigência”, disse o executivo, sobre a produção das células.

A Rivian planeja ainda ampliar suas vendas com a construção de uma segunda fábrica em Rutledge (Geórgia), sul dos Estados Unidos. No entanto, as obras da planta têm sido alvo de críticas da comunidade local, que temem que a instalação da fábrica comprometa a vida das pessoas no condado, em geral pessoas aposentadas.

“É uma população fortemente aposentada”, reclama JoEllen Artz, uma das moradores que foram a Rutledge nos últimos 20 anos. “Há menos de 20 mil pessoas em nosso município. Se eles contratarem 7.500 pessoas, isso será como trazer diariamente um terço da população do nosso condado.”

As ambições da Rivian, porém, vão longe e a startup pensa em investir US$ 5 bilhões (cerca de R$ 26 bi) para produzir cerca de 400 mil veículos por ano a partir de 2024. Só assim talvez para cumprir as expectativas da empresa-mãe Amazon.

Crédito da imagem principal: Jarlat Maletych/Shutterstock

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Lucas Berredo é redator(a) no Olhar Digital

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