Invasão da Rússia na Ucrânia prejudica entrega de fios elétricos para montadoras

Gabriel Sérvio02/03/2022 12h33
Ucrânia e a Rússia. Bandeira dos dois países.
Imagem: tunasalmon/Shutterstock
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Nomes importantes da indústria automotiva, como as alemãs Volkswagen, BMW e Porsche, estão enfrentando dificuldade em obter chicotes de fios elétricos, um componente crucial na fabricação de veículos

O motivo? Os principais fornecedores do componente na Europa operam na Ucrânia, e foram obrigados a diminuir ou até cessar o ritmo de produção por conta da invasão das forças russas.

Por conta dos custos mais baixos, os principais fornecedores de chicote de fios da Europa estão instalados na Ucrânia. Imagem: SUKIYASHI/Shutterstock

O problema, inclusive, já atingiu a segunda maior fábrica mundial da Volkswagen, além de suspender a produção de vários modelos de luxo da Porsche. O mesmo também foi visto pela concorrente BMW, que emitiu o seguinte comunicado: “Devido a gargalos de fornecimento, ocorrerão interrupções em nossa produção”.

O que é um chicote de fios?

A peça é vital em todos os carros. Um veículo comum pode agrupar cerca de 5 quilômetros de fios interligando diversos componentes elétricos, o que pode até aumentar dependendo do modelo. O que se sabe é: nenhum veículo pode ser fabricado sem os chicotes de fios.

Um dos fornecedores é a empresa ucraniana Leoni, que possui duas fábricas de chicotes de fios no país. A companhia disse em comunicado que montou uma força tarefa interna e “está lutando para compensar as perdas e interrupções” desencadeadas pelo conflito.

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Por conta dos custos mais baixos que em outras regiões do continente europeu, os principais fornecedores de chicote de fios estão instalados na Ucrânia. Segundo um levantamento da UkraineInvest, que avalia os investimentos de empresas na Ucrânia, 22 companhias do setor automotivo investiram mais de US$ 600 milhões em 38 fábricas no país, empregando mais de 60 mil ucranianos.

Para facilitar a logística, a maior parte das fábricas ficam localizadas no oeste da Ucrânia, o mais perto possível das instalações das montadoras alemãs e também de outras companhias com sede na região central da Europa.

Segundo a Reuters, pode levar meses até que os fornecedores consigam retomar a capacidade de produção. Tudo vai depender do desenrolar do conflito nas próximas semanas.

Via: Reuters

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.