Um artigo publicado no periódico científico GSA Bulletin descreve as descobertas de cientistas da Universidade de Freiburg, na Alemanha, sobre um verdadeiro “campo” de crateras existente no sudeste do estado americano de Wyoming. Segundo o estudo, elas foram formadas a partir do impacto de um único asteroide com a Terra, há 280 milhões de anos.

Uma das 31 crateras de impacto secundárias descobertas no sudeste de Wyoming. Imagem: Kent Sundell/Casper College

Ao se chocar com a superfície terrestre, o meteorito (parte do asteroide que resistiu à passagem pela atmosfera) ricocheteou no solo, criando várias outras deformações em torno da cratera principal, algo visto até agora apenas em outros planetas.

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“As trajetórias indicam uma única fonte e mostram que as crateras foram formadas por blocos ejetados de uma grande cratera primária”, disse o líder do estudo, Thomas Kenkmann, geólogo da Universidade de Freiburg, em um comunicado da Associação Geológica da América.

Existem mais de 60 outras crateras que podem fazer parte do mesmo grupo

“Crateras secundárias ao redor de outras maiores são bem conhecidas em outros planetas e luas”, acrescentou Kenkmann, “mas nunca foram encontradas na Terra”. Na nossa Lua, por exemplo, crateras secundárias “pipocam” uma região do lado oculto devido à proximidade de quatro crateras originais: Finsen, Von Kármán L, Von Kármán L’ e Antoniadi. 

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Algumas das deformações secundárias descobertas pelos pesquisadores da Alemanha. Imagem: Kent Sundell/Casper College

Segundo os pesquisadores, além de 31 deformidades em solo seguramente com características secundárias, a equipe identificou mais de 60 outras possíveis.

Quando os cientistas avistaram pela primeira vez a zona de crateras, suspeitaram que um asteroide havia se rompido no ar e que vários pedaços da rocha (meteoritos) foram batendo no chão sob seu caminho. “Crateras individuais variam entre 10 e 70 metros de diâmetro”, diz o estudo.

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Um exame mais aprofundado, no entanto, revelou que várias delas estão agrupadas em pequenas áreas e são elípticas, em vez de circulares, características que sugerem uma história de origem diferente.

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Além disso, elas também parecem estar “alinhadas” ao longo de padrões semelhantes a raios, o que também é um indicador de que são crateras secundárias, todas formadas por detritos arremessados ao redor de uma cratera central e primária provocada pelo impacto original.

Segundo a equipe, encontrar a cratera de origem será uma tarefa difícil. O trabalho da equipe sugere que ela esteja “profundamente enterrada” em sedimentos, em algum lugar perto da fronteira entre Wyoming e Nebraska, na bacia de Denver.

Os cientistas calculam que a cratera de origem tenha cerca de 50 a 65 km de diâmetro. Para comparação, a cratera na Península de Yucatán, no México, associada com o fim dos dinossauros, tem cerca de três vezes esse diâmetro, em torno de 150 km.

Todas as deformações secundárias teriam sido provocadas por pedaços de rocha que tinham aproximadamente de 4 m a 8 m de diâmetro, de acordo com os cálculos dos pesquisadores. Já o meteorito original poderia ter mais de 2 km de largura.

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