Há 50 anos, as missões Apollo trouxeram da Lua mais de 2 mil amostras de rocha, e só agora a Nasa está analisando um dos tubos trazidos.

Isso porque a Nasa já contava com avanços tecnológicos com o passar dos anos, e manteve diversas amostras seladas para serem abertas e analisadas apenas no futuro.

De acordo com um pronunciamento de Lori Glaze, diretor da Planetary Science Division at NASA Headquarters, a Nasa na época sabia que “a ciência e tecnologia iriam evoluir e permitir que cientistas estudassem o material em novas formas para abordar novas questões no futuro.”

Agora, um desses tubos coletados há mais de 50 anos, que foi mantido selado em espera de avanços científicos, está finalmente sendo aberto.

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A amostra nomeada 73001 foi coletada pelos astronautas Eugene Cernan e Harrison Schmitt, durante a última missão do programa, a Apollo 17, em dezembro de 1972.

O tubo em questão possui 35 cm de comprimento e 4 cm de largura, e foi martelado no solo do vale Taurus-Littrow da Lua para a coleta de rochas.

Ao todo, duas amostras foram mantidas seladas à vácuo ainda na Lua, e esta é a primeira a ser aberta. Além de material rochoso, é possível que a amostra contenha gases ou materiais voláteis, como água e dióxido de carbono.

A Nasa pretende extrair tais gases, que devem estar presentes apenas em quantidades bem pequenas, para poder analisá-los com o uso de técnicas de espectrometria, que vêm se tornando cada vez mais precisas ao longo dos últimos anos.

O tubo protetor externo da amostra foi removido no início de fevereiro, e não revelou nenhum gás lunar, o que indica que a amostra que ele protegia se manteve selada. A partir de 23 de fevereiro, os cientistas iniciaram o longo processo de perfuração do tubo principal e coleta do gás contido dentro dele.

Em seguida, o material rochoso que está dentro do tubo será extraído cuidadosamente e quebrado para que possa ser estudado pelos mais diferentes times científicos.

Algo a se notar é o local em que foi coletada essa amostra em questão na Lua: em um deslizamento de terra. “Nós não temos chuva na Lua. Então não entendemos direito como deslizamentos acontecem na Lua”, disse Juliane Gross, vice-curadora da Apollo. Assim, os pesquisadores buscam estudar essa amostra para entender o que causou o deslizamento em questão.

Após o tubo 73001, restarão três amostras lunares ainda seladas, mas o curador senior Ryan Zeigler duvida que a Nasa esperará mais 50 anos para abri-las.

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“Particularmente uma vez que eles receberem amostras da Artemis de volta, pode ser legal fazer uma comparação direta em tempo real entre o que quer que esteja voltando da Artemis, com um desses núcleos fechados e selados ainda restantes”, explicou Zeigler.

Artemis é a próxima missão lunar da Nasa e a agência pretende enviar humanos de volta à Lua em 2025.

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