A galáxia Fornax, localizada a 460 mil anos-luz da Terra, conta com um anel estelar que se estende por mais de 17 mil anos-luz, o que deve ser uma consequência de expansão de estrelas, de acordo com um novo estudo produzido por pesquisadores do Observatório de Paris, na França.
A Fornax foi originalmente descoberta em 1938, sendo a segunda “dSph” (sigla em inglês para “galáxia anã esferoidal” devido ao seu formato mais circular. O time por trás do novo estudo, liderado pelo astrônomo Yanbin Yang, investigou a estrutura estelar da galáxia em uma área relativamente grande (coisa de 400 graus quadrados), por meio de instrumentos do observatório espacial Gaia, da agência espacial europeia (ESA).
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“Neste paper, nós apresentamos um estudo sobre Fornax, usando dados do Gaia EDR3 [Early Data Release 3] publicado em dezembro de 2020. Graças à cobertura homogênea e à qualidade de dados, nós conseguimos explorar essas informações em uma área mais ampla. Tanto a cobertura como a calibração sobre grandes áreas são dificultosas para observações terrestres sobre dSphs”, diz trecho do paper.
Trocando em miúdos: os cientistas notaram uma “quebra” na densidade da Fornax, o que revelou a presença de um anel estelar que se estende por 17,6 mil anos-luz. Segundo o estudo, a massa desse anel corresponde a 10% da massa de toda a galáxia – inclusive, a própria Fornax pode se estender por mais distância do que imaginávamos. Isso pode ser efeito de uma expansão estelar, mas os astrônomos afirmam que um aprofundamento das informações deve ser feito antes de chegarmos a essa conclusão.
O estudo deve inspirar novas pesquisas em galáxias esferoideas, já que a detecção do anel estelar pode vir a mudar a forma como nós enxergamos objetos do tipo.
Os detalhes completos podem ser vistos no paper em pré-publicação no arXiv.
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