Especializada russa em segurança cibernética, Kaspersky entra na mira de autoridades da Alemanha

A empresa russa Kaspersky, especializada em segurança cibernética, teve seu software antivírus colocado na mira das autoridades da Alemanha
Por Ronnie Mancuzo, editado por André Lucena 16/03/2022 17h24
Símbolo de alerta com exclamação dentro de triângulo formado por códigos binários
Vazamento afetou 214 milhões de usuários de redes sociais. Crédito: enzozo/Shutterstock
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O Escritório Federal de Segurança da Informação (BSI), autoridade de segurança cibernética da Alemanha, emitiu alertas contra o uso do software antivírus da empresa russa Kaspersky. Conforme traz uma nota da BBC, a ação acompanha as últimas ocorrências relacionadas ao conflito na Ucrânia.

Segundo o BSI, as empresas russas de tecnologia da informação podem ser espionadas ou forçadas a lançar ataques cibernéticos. Em contrapartida, a Kaspersky disse que o aviso da autoridade alemã tem motivação política e, além disso, sendo uma entidade privada, a empresa não possui vínculos com o governo da Rússia ou com qualquer outro governo.

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O BSI não alegou problemas atuais com os produtos da Kaspersky. Porém, como traz a nota da BBC, a autoridade cibernética disse que o conflito na Ucrânia e as ameaças russas contra a União Europeia, a Otan e a Alemanha trouxeram consigo o risco de ataques cibernéticos.

Substituir produtos da Kaspersky

Como recomendação registrada em sua nota, o BSI diz ser necessário substituir os aplicativos do portfólio de software de proteção antivírus da Kaspersky por alternativas – mas com cuidado, para evitar o enfraquecimento das defesas. Após o aviso da autoridade alemã, o Eintracht Frankfurt, um clube de futebol alemão, anunciou que estava rescindindo o contrato de patrocínio com a empresa de produção de softwares de segurança para a internet.

A Kaspersky disse que buscará esclarecimentos do BSI sobre sua decisão que, como diz a empresa, não foi baseada em uma avaliação técnica de seus produtos. Outra informação é de que, além de não possuir vínculo com o governo de Vladimir Putin, a infraestrutura de processamento de dados da empresa foi transferida para a Suíça em 2018.

Em busca de esclarecimentos

Em resposta ao Olhar Digital, a Kaspersky reforça o que respondeu à BBC, e complementa que continua “assegurando aos nossos parceiros e clientes sobre a qualidade e integridade de nossos produtos”. A empresa diz estar trabalhando com o BSI para “prestar esclarecimentos sobre a decisão e outras preocupações regulatórias”.

“Na Kaspersky, acreditamos que a transparência e a contínua implementação de medidas concretas são primordiais para demonstrar nosso compromisso com a integridade e a confiabilidade de nossos processos e tecnologias aos clientes”, disse a empresa em nota. “Acreditamos que o diálogo pacífico é o único instrumento possível para uma solução. A guerra não é algo bom para ninguém”, complementa, a respeito dos conflitos na Ucrânia.

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Imagem: enzozo/Shutterstock

Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.