O Maserati Boomerang, com sua icônica forma de cunha, está completando 50 anos desde sua aparição comercial em março de 1972 no Salão do Automóvel de Genebra. Um ano antes, no Salão do Automóvel de Turim, o veículo já tinha sido revelado como modelo não funcional, projetado pelo designer italiano Giorgetto Giugiaro – que dez anos depois criaria os traços de outra obra imortal: o DMC DeLorean, estrela dos filmes De Volta Para o Futuro.

Na época, o Boomerang angular estava em sintonia com concorrentes como o Lamborghini Countach e o Lancia Stratos Zero. Em 1972, sua construção foi realizada sobre o chassi do Bora da Maserati.

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Um Boomerang a 300 km/h

Pessoa andando no Boomerang
Imagem: Thomas Bersy/Flickr/CC

O coupé desportivo de dois lugares nunca entrou em produção, mas de qualquer forma, sob o capô, o único modelo Boomerang já criado ganhou um V8 de 4,7 litros de 314 cv, capaz de oferecer cerca de 300 km/h de velocidade máxima. Ainda na parte de condução, o veículo trouxe tração traseira e uma caixa manual de cinco velocidades.

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Dentro da cabine, o volante de aro fino e sem raios fez a vez de uma das peças internas mais chamativas da criação. Os instrumentos do painel para o motorista foram embutidos no item, enquanto os bancos, por sua vez, foram posicionados muito baixos.

Detalhe do volante do Maserati Boomerang
Imagem: By Herranderssvensson – Own work, CC

Teto panorâmico e faróis retráteis

Mas é a aparência externa do Boomerang (mimetizando um prisma agudo) que fica mais cravada em nossa memória. O carro foi projetado com faróis quadrados retráteis, além de um para-brisa bem inclinado alcançando um teto solar panorâmico que termina em uma janela traseira. Nas portas, uma janela inferior foi embutida nos painéis e pode ser abaixada o suficiente para permitir ao motorista ou passageiro alcançar e recuperar algo que tenha caído do carro.

Imagem de frente do Boomerang
Imagem: Divulgação/Maserati

Conforme traz um post comemorativo da Maserati sobre os 50 anos do Boomerang, os traços do conceito “transmitiam uma imagem de penetração, potência e velocidade”. Segundo a montadora, o carro “deixou um legado estilístico que continuou vivo não apenas nas criações posteriores de Giugiaro, mas também em outros projetos, servindo de inspiração para várias outras montadoras na Europa e nos Estados Unidos”.

De 1972 até os dias de hoje, o único exemplar do Boomerang passou por várias mãos. Nesse meio tempo, ele fez aparições em competições internacionais, em vários leilões e até foi usado em comerciais. Uma de suas últimas aparições, há vários anos, foi em um leilão pela Bonhams, sob o valor de US$ 3,6 milhões (algo acima dos R$ 18 milhões hoje, em valores convertidos diretamente).

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Imagem: Marco 56/Flickr/CC