Estação espacial Tiangong será aberta para turismo, diz governo da China

Representantes da agência espacial local afirmam que turismo espacial será questão de demanda, e abertura deve acontecer nesta década
Por Rafael Arbulu, editado por Acsa Gomes 22/03/2022 12h28, atualizada em 24/03/2022 15h07
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Em um prazo de 10 anos, a China promete abrir a sua estação espacial, Tiangong, para o turismo civil, de acordo com informações divulgadas pela mídia estatal local e representantes do programa espacial do país.

A Tiangong ainda não está completa, vale citar, e hoje conta apenas com seu módulo principal – o Tianhe -, que serve como residência para os “taikonautas” (o nome que a China dá aos seus astronautas), que realizam experimentos científicos dentro da estrutura. No entanto, a intenção do país é que outros dois módulos – Wentian e Mengtian – sejam lançados, respectivamente, em abril ou maio de 2022 e agosto ou setembro de 2022.

Leia também

A estação espacial Tiangong ainda precisa ser completada, mas China já imagina usá-la como canal de turismo espacial
A estação espacial Tiangong ainda precisa ser completada, mas China já imagina usá-la como canal de turismo espacial (Imagem: CNSA/Divulgação)

O primeiro taikonauta da história da China, Yang Liwei, disse: “não é uma questão de tecnologia mas sim uma questão de demanda. E isso pode ser realizado dentro de uma década desde que essa demanda exista”.

Junto de Liwei estava Zhou Jianping, responsável por desenhar o programa de voo espacial tripulado da China – hoje, abarcado pelas naves Shenzhou. Segundo ele, esses veículos – usados para transportar tripulações de taikonautas à estação Tiangong, serão convertidos em veículos de turismo para levar pessoas até lá.

A intenção da China de estabelecer um mercado de turismo espacial não é exatamente uma novidade: no início do mês, relatos da imprensa internacional afirmaram que o país está desenvolvendo um novo veículo de transporte para trabalhar junto da Shenzhou, mas este novo modelo seria reutilizável – algo praticamente necessário considerando outras empresas e programas do setor.

Mais além, há indícios de que a CAS Space, uma startup derivada da Academia Chinesa de Ciências (CAS), já tenha planos de lançar missões comerciais de curta duração a partir de 2025 – pense nas missões lançadas pela Blue Origin, de Jeff Bezos: uma tripulação paga por ingressos em uma nave, que é lançada para fora da Terra e retorna depois de 10 ou 15 minutos.

Por outro lado, um terceiro veículo vem sendo projetado – referido apenas como “foguete com asas” – para que a China consiga executar voos de classe suborbital. O primeiro teste deve acontecer em meados de 2025, com o voo oficial em 2030.

“Programas comerciais podem ajudar a reduzir custos e aprimorar a eficiência de atividades espaciais, beneficiando também os ‘players’ tradicionais dessa área”, disse Wu Ji, um pesquisador ligado à CAS, antes de afirmar uma expectativa de que a China pode ser um competidor primário na indústria aeroespacial global.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.