Há algumas semanas, trouxemos uma matéria em que o especialista em segurança Jorge Lordello denunciava um esquema de estelionatários envolvendo a Claro, o Instagram e o banco digital Dotz. Agora, uma reportagem do UOL traz novamente à tona esse tipo de ocorrência criminosa.

Nela, dois casos de usuários do Instagram que tiveram o perfil invadido são relatados, com os seguidores dessas vítimas perdendo para os estelionatários quantias variando entre as centenas e os milhares de reais em 24 horas. As informações são muito parecidas com o que trouxemos no início de março, nas quais os golpistas comercializaram produtos pela rede social, atuando como se fossem as pessoas dos perfis invadidos.

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No golpe que vitimou Lordello, assim como nos ocorridos de agora, os seguidores acabaram sem os produtos comprados por meio de transferências de Pix. Os estelionatários postaram nos Stories do Instagram imagens de móveis e eletrônicos a preços abaixo do mercado – na reportagem do UOL, a narrativa criminosa usada trazia que o dono do perfil estava ajudando uma amiga, o que reforçava um ar verídico das vendas.

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Golpes podem ter começado com a operadora de telefonia

Conforme as informações, a vítima diz que “nunca clica em links suspeitos e tinha até mesmo a autenticação de dois fatores habilitada no celular”. Sua suspeita então é de que sua linha telefônica tenha sido clonada – ele não conseguiu acesso à rede móvel após o ocorrido.

Ou seja, o golpe segue o mesmo princípio da ocorrência com o especialista em segurança, ao que tudo indica, já que Lordello relatou ter percebido primeiramente que sua rede móvel da Claro estava bloqueada. Outro problema parecido se deu com a forma com que o Instagram realiza a retomada da conta pelo real proprietário.

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Instagram não reconhece o verdadeiro dono do perfil em vídeo de comprovação

O procedimento consiste em envios de uma espécie de “vídeo selfie”, onde “eles abrem uma câmera, pedem para você se posicionar, olhando pra cima, pra baixo e pro lado”. Isso serve, segundo o Instagram, para um reconhecimento baseado nas fotos que o usuário possui na rede social.

Entretanto, assim como foi no problema que postamos no início do mês, esse reconhecimento não garantiu às vítimas a retomada de seus perfis (perfis estes que continuaram negociando mercadorias pelas mãos dos estelionatários). Uma das pessoas na reportagem do UOL que teve sua conta invadida disse que precisou contar com uma agência especializada nesse tipo de ocorrência.

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Por ter “especialistas” na recuperação de contas hackeadas que trabalham com gerência de contas grandes na plataforma, os funcionários dessa agência (que não teve o nome informado) têm contato facilitado com pessoas da Meta (Facebook e Instagram). Já Lordello relatou ao Olhar Digital que enviou um grande e-mail de resposta para a empresa de mídia social, contendo os boletins de ocorrência que registrou, além de documentos digitalizados. Só então teve acesso novamente ao seu perfil no Instagram.

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