Depois de toda a briga judicial entre Blue Origin, SpaceX e a NASA, a agência espacial americana confirmou que deve usar veículos de outras empresas para a condução de astronautas do Programa Artemis, que ambiciona levar o homem de volta à Lua a partir de 2025.

Em abril de 2021, a NASA confirmou a seleção da SpaceX, de Elon Musk, em um contrato bilionário (US$ 3 bilhões, ou R$ 14,54 bilhões, aproximadamente) para o desenvolvimento de um módulo de pouso para a superfície da Lua. À época, a Blue Origin, de Jeff Bezos, processou a agência alegando ilegalidade na seleção de contrato, mas perdeu a ação.

publicidade

Leia também

Foto da SpaceX mostra o primeiro teste de disparo de seis motores Raptor no protótipo do foguete Starship SN20 da empresa em 12 de novembro de 2021 nas instalações da Starbase perto da vila de Boca Chica, no sul do Texas (Imagem: SpaceX/Divulgação)

Entretanto, a NASA anunciou na última quarta-feira (23) que pretende contratar mais uma empresa para a construção de um segundo módulo lunar, efetivamente impedindo que esta parte do programa fique totalmente dominada pela SpaceX:

publicidade

“Essa estratégia acelera o nosso progresso rumo a uma capacidade sustentável e de longo prazo de ter um módulo de pouso entre 2026 e 2027”, disse Lisa Watson-Morgan, gerente do Programa de Sistema de Pouso Humano no Centro de Voo Espacial Marshall, da NASA, no Alabama, por meio de um comunicado.

“Nós esperamos ter duas empresas para seguramente transportar nossos astronautas em seus módulos de pouco para a superfície da Lua, sob direção da NASA antes de pedirmos por seus serviços, os quais podem resultar em múltiplos fornecedores experientes no mercado”, ela completou.

publicidade

O mais estranho é precisar ganhar um processo para, no final, fazer exatamente aquilo pelo qual estavam reclamando, mas a ideia de mais de uma empresa envolvida no Programa Artemis não é bem uma novidade: a documentação original da licitação dizia claramente que três participantes estariam no pleito, e duas seriam selecionadas. No entanto, a mesma documentação dava à NASA o direito irrestrito de seguir apenas com uma companhia, se assim preferisse.

A NASA não confirmou, contudo, o que a levou à mudança de ideia, considerando que ela se mostrou irredutível quando foi obrigada a depor no processo movido pela Blue Origin. A agência disse que pretende iniciar uma nova licitação (RFP, ou “pedido por propostas”, na sigla em inglês), até o final deste mês, com uma licitação completa sendo aberta até junho. A ideia é que o novo projeto seja compatível com o Gateway, uma pequena estação na órbita da Lua que vai armazenar cargas e tripulantes que poderão ir para e voltar da superfície – a NASA não confirmou quando pretende construir esta parte.

publicidade

Pelo comunicado, todas as empresas americanas estarão elegíveis a participar da nova licitação, exceto pela SpaceX, considerando que ela já tem um contrato do tipo. Os anúncios de hoje não afetam o calendário previsto para a missão Artemis 3, a primeira do programa a ser tripulada e que será operada pela SpaceX, por meio da nave Starship.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!