CEO da Ericsson irrita acionistas em caso envolvendo Estado Islâmico

O escândalo envolvendo a Ericsson e possíveis pagamentos de suborno ao Estado Islâmico ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (29)
Por Gabriel Sérvio, editado por Karoline Albuquerque 29/03/2022 18h29, atualizada em 30/03/2022 11h00
Ericsson
Imagem: Ascannio/Shutterstock
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O escândalo envolvendo a Ericsson e possíveis pagamentos de suborno ao Estado Islâmico ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (29). Agora, os acionistas decidiram se posicionar contra o CEO da companhia de telecomunicações, Borje Ekholm, pela má gestão do caso.

Por ora, além de multas pesadas, a polêmica já reverberou negativamente na capitalização da companhia, que já perdeu um quarto em valor de mercado. A irritação dos investidores surgiu justamente por não receberem nenhum tipo de informação sobre o fato. Muitos afirmam que só souberam da notícia pela mídia.

Edifício da Ericsson localizado no Vale do Silício
Caso já fez a Ericsson perder um quarto em valor de mercado. Imagem: Sundry Photography/Shutterstock

Em resposta, os acionistas, donos de uma fatia de 10% da empresa, pedem que Ekholm e outros membros do conselho sejam responsabilizados pessoalmente pelos fatos.

Conforme a lei sueca, terra natal da Ericsson, os membros do conselho, caso sejam dispensados, poderão ser processados ​​pela própria empresa bem como os seus investidores.

Por ora, os acionistas buscam chegar a um acordo justamente para substituir o CEO e o conselho da companhia, já que, segundo a agência internacional de notícias Reuters, “muitas perguntas ainda estão sem respostas”. 

Como de costume, toda a polêmica fez as ações da Ericsson fecharem o dia em queda de 1,6%.

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Entenda o caso

Ekholm assumiu a Ericsson em 2016, ano em que a empresa começou a ser investigada por autoridades americanas por alegações de suborno. No fim, a companhia foi obrigada a pagar uma multa de US$ 1 bilhão ao Departamento de Justiça dos EUA para resolver o caso.

No mesmo ano, uma nova investigação da empresa e suas operações no Iraque identificou pagamentos destinados a burlar a alfândega em rotas controladas por grupos militares, incluindo o Estado Islâmico.

Na época, a Ericsson optou por não divulgar os detalhes da nova investigação aos seus acionistas.

Via: Reuters

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital