Um grupo de pesquisadores da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio, no Japão, conseguiu resultados animadores com um novo medicamento contra o câncer. A principal novidade do medicamento é que o mesmo não é intravenoso ou um comprimido, mas uma pomada de uso tópico.

De acordo com os pesquisadores, a pomada tem como princípio ativo um microRNA conhecido como miR-673, que tem uma série de fatores pró-tumorais. O principal objetivo da pomada é potencializar o efeito da cisplatina, uma droga usada em tratamentos de quimioterapia.

Potencializador da cisplatina

Pomada funciona como um potencializador de ação da cisplatina, medicamento muito usado em tratamentos de quimioterapia. Crédito: Pongwit Sanongboon/Shutterstock

Em mais de 90% dos casos, os tumores orais são um tipo de câncer conhecido como carcinoma de células escamosas orais (OSCC, na sigla em inglês). Mesmo que este tumor possa ser tratado com quimio e radioterapia, muitos pacientes desenvolvem resistência à cisplatina.

Recentemente, os pesquisadores japoneses descobriram que a pomada neutraliza alguns processos de proteção celular que são ativados em células cancerígenas resistentes à cisplatina. Isso quer dizer que a pomada tem a capacidade de aumentar a sensibilidade das células à ação da cisplatina.

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Para testar a efetividade da pomada contra diferentes tipos de câncer na boca, os pesquisadores trataram duas linhagens diferentes de células OSCC com o miRNA e a cisplatina ao mesmo tempo. Em seguida, foram analisadas quantas e quais células sobreviveram.

Tratamento possivelmente polivalente

“Os resultados foram muito claros”, afirma Johji Inazawa, autor sênior do estudo. “O tratamento com miR-634 aumentou efetivamente a citotoxicidade induzida por cisplatina e superou a resistência à cisplatina em células OSCC, resultando em maior morte de células tumorais“.

Isso significa que a repressão de fatores pro-tumorais mediadas pela pomada pode efetivamente aumentar a sensibilidade de diferentes tipos de câncer à cisplatina e outras opções de quimioterapia. O tratamento também se mostrou promissor para tumores parecidos no esôfago, bexiga e ovário.

Via: Medical Xpress

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