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Se aproveitando de um súbito crescimento no setor aeroespacial do país, a SpaceX firmou uma parceria com o governo da Coreia do Sul para lançar, até 2025, pelo menos cinco satélites militares, em uma iniciativa chamada pela nação asiática de “Projeto 425”.
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De acordo com as informações divulgadas até aqui, todos os satélites terão caráter de observação de pontos estratégicos para a Coreia do Sul na Terra. Serão quatro satélites de radar de abertura sintética (SAR) e um satélite eletro-óptico infravermelho (EO/IR). Ainda não há um calendário específico para cada lançamento e ainda não se sabe se os veículos usados serão os comprovadamente experientes foguetes Falcon 9.
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Também é pouco provável que a Coreia do Sul, que vai desenvolver a maior parte dos componentes dos satélites, vá criar algo digno de quebrar recordes: já se sabe que todos os cinco projetos terão algo perto de meio metro por pixel. Existem satélites convencionais com resoluções maiores e eles sequer têm atribuições militares.
A razão para isso, especulam os especialistas, é que a Coreia do Sul é uma nação aliada dos Estados Unidos. Os norte-americanos sim, detém tecnologia militar aeroespacial de ponta, e é bem provável que o país asiático tire benefícios de inteligência dessa relação – efetivamente, isso elimina a necessidade de um investimento pesado próprio para esta finalidade.
Mas mesmo um pequeno desenvolvimento pode ajudar o país na observação de seu vizinho imediato – a Coreia do Norte, com quem a nação sul-asiática vive uma relação de cessar-fogo bem frágil desde julho de 1953, quando a Guerra das Coreias ainda estava a pleno curso. Tecnicamente, o conflito nunca acabou, ainda que ambas as partes tenham concordado em cessar as hostilidades.
Obviamente, a participação da SpaceX no projeto da Coreia do Sul será a entrega dos satélites à órbita da Terra. Convenhamos, a empresa fundada por Elon Musk tem bastante experiência e um ótimo currículo neste assunto. Ainda assim, há certa estranheza na decisão da nação asiática em depender da companhia norte-americana.
Isso porque a Coreia vem há anos desenvolvendo sua própria plataforma de lançamento espacial – o foguete conhecido como “Nuri”. Em outubro de 2021, tivemos a primeira tentativa de voo do veículo – a ocasião foi mal sucedida pois, após o primeiro e segundo estágios desempenharem suas funções, o terceiro estágio apresentou problemas de pressurização. Segundo divulgações anteriores do governo, uma nova tentativa está prevista para o segundo semestre de 2022.
Caso essa tenha sucesso, o foguete estaria pronto para uso oficial já em 2023, o que o qualificaria para a entrega desses satélites – e uma considerável economia de custos, já que o modelo mais barato de transporte da SpaceX não sai por menos de US$ 1 milhão (R$ 4,67 milhões) segundo especuladores.
Por outro lado, a SpaceX e a Coreia do Sul já têm uma sólida relação de negócios: a empresa lançou recentemente o satélite de comunicações ANASIS-II (da Lockheed Martin) e deve lançar até agosto deste ano o Módulo de Órbita Lunar Coreano Pathfinder (KPLO), a primeira missão do país asiático fora da órbita da Terra.
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