Nesta terça-feira (19), a NASA anunciou que o rover Perseverance atingiu um grande marco em sua missão em Marte, alcançando, finalmente, os restos de um antigo delta de um rio que existia na cratera Jezero, seu local de pouso de 45 quilômetros de largura.

O rover Perseverance, da NASA, chegou ao antigo delta do rio que já existiu no chão da Cratera Jezero. Imagem: NASA/JPL-Caltech/ASU

Membros da equipe da missão disseram que o delta é uma “verdadeira festa geológica” para o rover, que está caçando sinais de vida fossilizada no planeta desde fevereiro de 2021.

“Estamos de olho no delta à distância há mais de um ano enquanto exploramos o chão da cratera”, disse Ken Farley, cientista de projetos da missão Perseverance no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), centro tecnológico da NASA gerenciado pelo governo norte-americano e conduzido pela iniciativa privada representada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

A extensão do delta do rio da Cratera Jezero é mostrada neste panorama de 64 imagens costuradas tiradas pelo sistema Mastcam-Z no rover Perseverança Mars da NASA em 11 de abril de 2022, o 406º dia marciano, ou sol, da missão. Créditos: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS

Apelidado de “Três Garfos” pela equipe Perseverance (uma referência ao fato de haver três rotas para se chegar à fusão delta), o local, segundo a NASA, serve como área de preparação para a segunda expedição científica do rover, a “Campanha Da Frente Delta”.

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O delta, uma enorme coleção de rochas e sedimentos na borda oeste da cratera Jezero, formou-se na convergência de um rio marciano e um lago bilhões de anos atrás. Sua exploração lidera a lista de desejos da equipe da missão Perseverance porque os cientistas acreditam que todos os sedimentos granulares depositados em sua base são a melhor aposta da missão para encontrar possíveis remanescentes preservados de vida microbiana antiga.

“Agora que o rover está na área, seus próximos passos serão obter imagens de detalhes cada vez maiores, revelando onde podemos explorar melhor essas rochas importantes”, acrescentou Farley.

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Perseverance vai percorrer as duas rotas possíveis até o topo do delta

Ao longo de seu primeiro ano em Marte (na contagem terrestre), o rover estava trabalhando um pouco ao sul e a oeste de seu local de pouso, mas recentemente tomou o caminho de volta na cratera para chegar ao delta. 

A “Campanha da Frente Delta” começou na segunda-feira (18), com cerca de uma semana de condução para o sudoeste e depois para oeste. Um objetivo da excursão é descobrir a melhor rota para chegar ao topo do delta, que fica a cerca de 40 metros acima do chão da cratera.

Duas opções, chamadas “Cabo Nukshak” e “Hawksbill Gap”, parecem viáveis. A equipe científica está inclinada a optar pela segunda rota por causa do menor tempo necessário para chegar ao topo do delta, mas isso pode mudar à medida que o rover adquirir dados adicionais sobre os dois caminhos.

“Seja qual for a rota que o Perseverance tomar para o topo do delta, a equipe realizará investigações científicas detalhadas, incluindo a coleta de amostras de rochas, tanto no caminho de ida para cima quanto no caminho de volta para baixo”, diz o comunicado da NASA.

O rover passará cerca de seis meses recolhendo oito amostras durante a campanha inicial de manobra. O plano, então, é que ele volte a subir o delta depois, tomando a rota de backup, para conhecer a região não explorada antes, passando mais seis meses em uma fase da missão chamada “Campanha Delta Top”.

“O delta é o motivo pelo qual o Perseverance foi enviado para a cratera Jezero: tem tantas características interessantes”, disse Farley. “Procuraremos sinais de vida antiga nas rochas na base do delta, rochas que achamos que já foram lama no fundo do Lago Jezero”.

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