Com apenas 23 anos, a brasileira Renata Silva Barreto já conseguiu algumas grandes realizações em sua carreira acadêmica. Formada em medicina pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, a paulista busca voos mais altos: uma pós-graduação na Escola de Medicina da Universidade de Harvard.

Porém, a ida de Renata para Harvard não será uma tarefa fácil. Sem a ajuda de programas governamentais para fomento da ciência, a brasileira está organizando uma vaquinha para bancar os custos de seus estudos na instituição norte-americana, que giram em torno de R$ 30 mil.

Brasileira quer encontrar cura para doença crônica

Nascida em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, Renata Barreto foi criada apenas por sua mãe, uma professora da rede pública municipal de ensino. O sonho de ser médica veio cedo, após a perda de sua bisavó por um AVC, que aconteceu por conta do desconhecimento sobre os sintomas.

Além da perda da bisavó, Renata teve outro baque, a descoberta de uma doença crônica e incurável, a Retocolite Ulcerosa. “Entrei na faculdade com um único objetivo: Dedicar muito tempo ao estudo, absorver todo o conhecimento necessário para descobrir a cura para essa patologia”, diz a médica brasileira.

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Os principais sintomas da Retocolite Ulcerosa são sangramento retal, diarreia sanguinolenta, cólicas abdominais e dor. Crédito: Orawan Pattarawimonchai/Shutterstock

A Retocolite Ulcerosa é uma doença autoimune que concentra o sistema de imunovigilância no intestino. Isso faz com que o próprio sistema imunológico ataque o intestino. Como se trata de uma doença crônica, é necessário o uso de medicamentos pela vida inteira.

Além disso, podem ser geradas células cancerígenas no intestino de pessoas com essa doença. Segundo a literatura médica, as chances de se desenvolver câncer de intestino, um dos tipos mais agressivos de câncer, são até dez vezes maiores para pessoas com Retocolite Ulcerosa.

Graduação foi repleta de desafios

A ida para a Argentina se deu quando Renata completou 18 anos, pouco depois da conclusão do ensino médio. A escolha pelo país vizinho se deu porque os custos para estudar medicina no país vizinho são menores do que o necessário para fazer o curso no Brasil.

“Minha história na Argentina é breve, mas muito importante. Esse país me acolheu quando eu mais precisei e me ofereceu todas as oportunidades existentes. Me ofereceu educação gratuita e de renome, ajuda financeira para transporte e alimentação”, conta a brasileira.

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Durante os seis anos da graduação, além da ajuda da mãe e do auxílio do governo argentino, Renata se manteve vendendo resumos dos conteúdos do curso para outros alunos. Segundo ela, isso ajudava bastante os colegas, principalmente os que tinham filhos, conciliavam os estudos com o trabalho ou não tinham condições de comprar os livros do curso.

Aprovação relâmpago em Harvard

A aprovação em Harvard ocorreu pouco tempo depois da formatura na graduação, que aconteceu há cerca de um mês. “É um dos cursos mais concorridos do mundo, recebe pedidos de aceitação de todos os países e de pessoas com grandes carreiras”, ressalta ela.

“Saber que eles confiaram em selecionar uma pessoa, que acabou de terminar a faculdade, que não conta com o capital para realizar o pagamento do curso, me mostra que eles confiaram em mim, quando eu mesma não confiava que seria escolhida”, comemora a brasileira.

No entanto, a Universidade de Harvard ofereceu apenas uma bolsa parcial, no valor de US$ 3 mil (cerca de R$ 15 mil, na cotação atual). Porém, ainda seria necessário pagar US$ 3 mil, mais impostos e outras despesas, as quais a brasileira não tem condições financeiras para custear.

Saiba como ajudar

Para conseguir bancar os custos do curso, a brasileira criou uma vaquinha virtual, (que pode ser acessada neste link). Além disso, as doações também podem ser feitas via Pix (pela chave 09652870846), ou diretamente para a Universidade de Harvard.

“A confiança que depositaram em mim e a confiança que as pessoas que me conhecem tem em mim é o que me está fazendo seguir em frente e criar essa campanha de arrecadação”, explica. “Talvez, eu não encontre a cura em vida, mas farei o possível, dedicando minha vida à ciência para facilitar o caminho dos que vão seguir no ramo da investigação científica”, completa a brasileira.

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