O Mikoyan MiG-29 é um avião de status lendário. Literalmente lenda, no caso do “Fantasma de Kiev”, um ás ucraniano que teria derrubado 40 aviões russos antes de ser tragicamente abatido no fim de abril. E também na vida real: o que começou como a resposta soviética ao F-15 e F-16 dos EUA durante a Guerra Fria teve seu batismo de fogo mais de 30 anos depois.

A aeronave entrou em serviço com a força aérea soviética em 1986, substituindo o antigo MiG-23. Naquela época, o MiG-29 foi usado como aeronave de superioridade aérea e ataque terrestre (seu alcance bélico é de 1.430 km). Algumas unidades tinham o jato equipado com bombas nucleares táticas RN-40.

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O MiG-29 (codinome Fulcrum, na OTAN) foi desenvolvido pela empresa Mikoyan-Gurevich para cobrir as necessidades da força aérea soviética para um caça leve multifuncional. Sua produção foi em grande escala, pelo menos 1.600 aeronaves foram fabricadas. A maioria (quase 900) foi exportada.

Depois da Rússia, o país com a maior frota ativa de MiG-29 é (ou talvez era) a Ucrânia. Na guerra, eles tem sido usados principalmente contra alvos aéreos. É nisso que eles têm se revelado uma força a ser temida, e são parte crucial da guerra de atrito, tentar vencer os russos por suas perdas materiais e pessoais, que os ucranianos travam.

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O que é que o MiG tem?

Em dimensões, são 17,37 metros de comprimento, 11,4 metros de envergadura e 4,73 metros de altura, para um peso máximo ao decolar de 18 toneladas. Sua propulsão parte de dois turbofans Klimov RD-33, que levam o jato a uma velocidade máxima de 2.400 km/h, em alturas de até 18.013 metros. São especificações entre as do compacto F-16 (14,8 m de comprimento, peso máximo ao decolar 16,8 t) e do grandalhão F-15 (19,4 m, 30 t) dos EUA.

O piloto do caça tem mira em seu capacete, que o ajuda a lançar mísseis com precisão. O míssil R-73 de curto alcance com um buscador sensível e resfriado é uma de suas armas ar-ar mais capazes e poderosas. Há também o básico R-27 de médio alcance com velocidade variando entre Mach 2.5 a Mach 5. A versão mais recente do MiG-29 tem capacidade para até seis mísseis de médio alcance ou oito de curto alcance, além de um canhão de 30mm que faz até 150 disparos.

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A Ucrânia desenvolveu versões próprias atualizadas do caça MiG-29 ao custo de quase US$ 3,6 milhões (cerca de R$ 17,6 milhões) como a MiG-29MU1 e MiG-29MU2, implementando tecnologias entre infravermelho GRAM e sistemas de comunicação ocidentais. Não se sabe quantas unidades ucranianas ainda tem tecnologia e quantas foram atualizadas antes do início da guerra em curso com a Rússia, e o governo ucraniano tem razões óbvias para não revelar.

Antes da invasão russa, a força aérea ucraniana tinha 38 aviões MiG-29 totalmente operacionais. Oito deles estavam sendo usados ​​para treinamento. Por outro lado, a Rússia tem quase 260 unidades do jato, com algumas delas participando de operações sobre a Ucrânia. É uma situação MiG-29 versus MiG-29, em duas plataformas atualizadas diferentes.

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Em números oficiais, o Mig-29 foi tanto o avião mais perdido na guerra quanto o que mais causou baixas ao inimigo. A Rússia não admite ter perdido nenhum deles, enquanto a Ucrânia tem suas lendas de dezenas de aviões abatidos por MiGs. A neblina da guerra da propaganda só se dissipa quando houver paz. Até lá, o Kalashinikov aéreo continuará a ser um dos protagonistas do combate.

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Imagem: Dragunov1981/iStock