O problemático hipercarro AMG One tem dado muitas dores de cabeça à Mercedes. Previsto inicialmente para ser lançado em 2019, o modelo ainda não chegou às concessionárias até hoje por um problema talvez subestimado pela montadora alemã: adaptar uma unidade de potência concebida para monopostos — no caso, os da Fórmula 1 — a um modelo de rua. O próprio CEO da marca, Ola Kallenius, brincou com o atraso do lançamento na última quinta-feira (19), durante conversa com investidores, afirmando que deveria estar “bêbado” quando concordou com o projeto.   

“Há uns quatro anos, a equipe da AMG e sua divisão de trem de força da Fórmula 1 vieram até nós e disseram ‘temos uma ótima ideia, vamos colocar um motor de Fórmula 1 num carro de estrada’. Terei que voltar para verificar as atas da reunião, mas tenho certeza que estávamos bêbados quando dissemos sim”, ironizou Kallenius, quando questionado sobre a data de lançamento do hipercarro.

O Mercedes AMG One usa um V6 1.6 híbrido adaptado do carro que conquistou o Mundial de Construtores de Fórmula 1 em 2017. Com tração integral, ele era originalmente previsto para o início de 2019. Por enquanto, segue sem uma data de lançamento definida — embora a empresa diga que revelará notícias sobre o modelo “em algumas semanas”. Ostentando 1.000 cavalos de potência, o carro atinge velocidade máxima de 350 km/h e acelera de 0 a 200 km/h em apenas 6 segundos.

Ola Kallenius com o piloto da Mercedes, Lewis Hamilton
Ola Kallenius (centro) com Lewis Hamilton: executivo quer maior envolvimento da montadora com a Fórmula 1 (Cristiano Barmi/Shutterstock)

Documentário vai mostrar história do projeto

A Mercedes promete lançar ainda um documentário “muito honesto” sobre o progresso no hipercarro, conforme anunciado pela diretora de marketing Bettina Fetzer no mesmo evento com investidores em Mônaco.

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A montadora alemã deve se inspirar na bem-sucedida série ‘Drive to Survive’, o reality show da Fórmula 1 na Netflix, para fechar o longa. Os executivos apostam em uma abordagem que mostre a difícil tarefa de adaptar um motor de monoposto a um carro de rua, provavelmente para abrandar a saia-justa do atraso no lançamento e a imagem da marca.

No ano passado, a Mercedes afirmou que a produção das 275 unidades do AMG One começaria em 2022 e que cada uma delas havia sido vendida pelo preço de 2,27 milhões de euros (em torno de R$ 11,6 milhões). De acordo com Kallenius, essa vai ser uma forma de conectar as atividades da empresa na Fórmula 1 com seus carros de estrada. “Isso demonstra que nosso envolvimento com a Fórmula 1 tem efeito direito na marca AMG”, ressaltou.

Crédito da imagem principal: Mercedes-Benz/Divulgação (projeto do AMG One no detalhe)

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